Quando Virá Nosso Senhor?

Cerca de 1.660 anos antes do nascimento de Jesus, Balaão proclamou que o rei Jesus haveria de vir. Balaque se sentiu incomodado com as palavras do vidente: “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro…” (Nm 24.17). Jesus é esta estrela!

Jó antecipou a chegada deste dia proclamando: “Porque eu sei que o meu redentor vive e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).

As profecias bíblicas vêm se cumprindo uma após outra, desde os dias de Adão! Poderíamos falar de Gn 3.15 que se cumpriu em Jesus.

Nas escrituras Deus fala em anos e em dias, e às vezes dias significam anos. “Sabe com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos… Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus” (Gn 15.13-16). Deus aqui fala em anos, e de fato cumpriram-se 400 anos de Abraão até a saída do povo de Israel do Egito. São 430 anos a partir da chamada de Abraão em Ur da Caldéia.

Observe a expressão: “Ainda não se encheu a medida de pecado dos amorreus”, indicando que na agenda de Deus ainda demoraria quatrocentos anos para que o pecado daquele povo enchesse o cálice da ira de Deus.

Deus tem lá sua agenda pessoal e sua programação especial.

Por exemplo, no programa divino Israel deveria ficar setenta anos no cativeiro da Babilônia, como afirmou Jeremias. “Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos” (Jr 25.11).

Esta foi a chave que Daniel usou para abrir os céus sobre o povo do cativeiro. “No primeiro ano de Dario… No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias. Que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos”  (Dn 9-1-2). E ele se pôs a jejuar e a orar a respeito.

Jerusalém caiu nas mãos de Nabucodonosor na primavera de 606 a.C. e o povo pôde retornar na primavera de 536 a.C. (Esdras 1.3). Exatamente setenta anos depois.

Existem profecias em que “dias” querem dizer dias de vinte e quatro horas, e outras que se referem a “dias” que querem dizer anos. Um ano como se fosse um dia. Por exemplo, João fala que haverá uma tribulação de 1.260 dias ou três anos e meio – quarenta e dois meses (Ap 12.6,14 e 13.5). Aqui dias, referem-se mesmo a dias normais.

Já Ezequiel se refere a dias que querem dizer anos. Observe esta profecia de Ezequiel 4.4-7:

“Deita-te também sobre o teu lado esquerdo e põe a iniqüidade da casa de Israel sobre ele; conforme o número dos dias que te deitares sobre ele, levarás sobre ti a iniqüidade dela. Porque eu te dei os anos da sua iniqüidade, segundo o número dos dias, trezentos e noventa dias; e levarás sobre ti a iniqüidade da casa de Israel. Quando tiveres cumprido estes dias, deitar-te-ás sobre o teu lado direito e levarás sobre ti a iniqüidade da casa de Judá. Quarenta dias te dei, cada dia por um ano. Voltarás, pois, o rosto para o cerco de Jerusalém, com o teu braço descoberto, e profetizarás contra ela”. Sublinhei no texto em que os quarenta dias são, na realidade, quarenta anos.

Mas, porque o cativeiro de Israel não terminou com o retorno do povo para Jerusalém sob a liderança de Neemias e mais tarde com Esdras? Israel nunca mais foi nação independente desde o cativeiro. Apesar do povo retornar para a Palestina, reinos e impérios governaram sobre Israel, sucessivamente. Medos e persas, gregos, egípcios, romanos e depois da destruição de Jerusalém nas mãos de várias nações do oriente médio. A Dispersão continuou até 14 de maio de 1948 quando Israel se tornou novamente nação.

A resposta está na advertência dada a Moisés ainda no deserto a caminho de Canaã. “E se ainda com estas coisas não me ouvirdes, então, eu prosseguirei em castigar-vos sete vezes mais por causa dos vossos pecados… Trarei sobre vós pragas sete vezes mais” (Lv 26.18, 21). Cada dia ou ano deve ser multiplicado por sete.

Jeffrey Grant, escritor canadense fez o seguinte cálculo: Somando-se 390 dias (anos) mais 40, Jeffrey calculou que o castigo de Israel duraria 430 anos. Deduzindo os setenta anos que haviam passado no cativeiro, ainda restariam 360 anos de castigo. Ora, examinando a história descobre-se que os judeus não estabeleceram um país independente no final dos 360 ou dos 430 anos previstos. Então Jeffrey multiplicou 360 x 7 e encontrou 2.520 anos!

A partir daí o cálculo segue complicado, mas Jeffrey assim deduz: O cativeiro da Babilônia terminou na primavera do ano 536 a. C. 2.520 anos bíblicos de 360 dias que juntos somam 907.200 dias. Convertendo este tempo no nosso calendário anual de 365.25 dias, dividimos o período de 907.200 dias por 365.25 alcançando um total de 2.483.8 anos em nosso calendário atual… Levando em conta que não houve o ano zero entre 1 a.C. e 1 d.C. o renascimento de Israel ocorreu na data prevista de 15 de maio de 1948.

14 de maio de 1948, ano do renascimento de Israel. Temos aí um dado preciso de que a profecia se cumpriu plenamente.

A pergunta que temos de fazer é: Onde estamos no relógio de Deus? Jesus não anuncia o dia de seu retorno, mas orienta seus discípulos a serem vigilantes. Para tanto, conta várias parábolas.

Em Mateus 24 os discípulos perguntam: “Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos?” (v 3). A seguir, no mesmo capítulo Jesus conta a parábola da figueira e fala dos dias de Noé. “Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao Dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o Dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem”.

Quer dizer a vida continua normal. Jesus não está condenando a geração dos dias de Noé porque comiam e festejavam, e sim, alertando-nos que sua vinda ocorrerá dentro da normalidade. Trabalhamos, criamos filhos, banqueteamo-nos, casamos filhos “e não percebemos”. Termina contando sobre o pai que, se soubesse a hora que o ladrão vem para roubar a sua casa “ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada” (v 43). E termina: “Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam” (v 44).

Note que Jesus alerta para o efeito surpresa. Os ladrões da época não agiam silenciosamente, mas em bando. Chegavam numa cidade fazendo arruaça – como naqueles filmes de faroeste em que chegavam atirando. Depois conta a parábola do servo mau e repete a surpresa de sua vinda: “O senhor daquele servo virá num dia em que ele não o espera e numa hora que não sabe” (v 50).

Conta, a seguir a parábola das virgens e a dos talentos apontando para a chegada repentina do noivo, que parece atrasado, e do senhor do dinheiro, que não se sabe a hora de sua volta.

Assim, é bom ficarmos preparados. Porque a vinda de Jesus ou o arrebatamento poderá pegar muita gente de surpresa, menos os que estão preparados. Como afirma Paulo:

“Pois vocês mesmos sabem perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão à noite. Quando disserem: “Paz e segurança”, a destruição virá sobre eles de repente, como as dores de parto à mulher grávida; e de modo nenhum escaparão. Mas vocês, irmãos, não estão nas trevas, para que esse dia os surpreenda como ladrão” (1 Ts 5.2-4).

É vigiar e esperar. Antenas em pé captando o ruído dos seus passos. Ele virá, não tardará!

2 thoughts on “Quando Virá Nosso Senhor?

  1. Amado Pastor João.

    A Biblia faz a nós muitas perguntas. E com certeza nos milhares a ela.

    Mas tem uma pergunta que gosto de compartilhar com muitas pessoas. Como vai voltar, se Ele está conosco – para sempre? João 14:23; Mateus 28:19-20.

    Um grande abraço fraternal no eterno amor de Jesus Cristo.

    Afonso Curalov

    1. Bem, esta sua teoria foi muito usada no passado por teólogos que negam a vinda de Cristo, afirmando exatamente isto: Que ele já retornou através do Espírito Santo. No entanto, como Paulo e Pedro, apóstolos de Cristo nada disseram a espeito de que a vinda de Cristo já ocorreu porque ele mora em nossos corações – se bem que eles ensinam que Cristo está arraigado em nós – e pregam sobre uma segunda vinda, fico com os apóstolos primitivos!

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