O que nos mantêm como ministros do evangelho firmes e ousados no que fazemos? O que nos mantêm santos e perseverantes na obra do Senhor? A visão da eternidade e o galardão eterno. Sim, somente com os olhos fixos na eternidade, no juízo de Cristo e no galardão é que se adquire a coragem necessária, a paciência e a perseverança no ministério ou serviço cristão.
Não trabalhamos nem esperamos recompensas aqui na terra, e, ao que parece as recompensas recebidas aqui parecem anular ou diminuir as recompensas de lá. Se você como ministro do evangelho trabalha e se esforça pensando em reconhecimento e galardão na terra está perdendo seu tempo e lutando por algo perecível e terreal que se esboroa como terra ao vento.
Quando olho para as fotos de pastores que já partiram, expostas e amareladas nos gabinetes de algumas igrejas, percebo que estão ali apenas ilustrativamente, e que tudo o que fizeram no passado está obscurecido diante do novo que é feito a cada dia. Seus familiares que restaram sequer são lembrados em celebrações e reuniões comemorativas. Pense comigo nos antigos líderes da igreja que não deixaram livros escritos ou biografias publicadas? Deles pouco se sabe. Sim, porque aqueles antigos líderes não anelavam recompensas na terra, mas almejavam a recompensa celestial. Enquanto escrevo tenho em mente vários daqueles que faziam parte da primeira geração de pentecostais do Brasil.
O que fez Abraão peregrinar pela terra de Canaã de leste a oeste e de norte a sul sob constante perigo de morte? A visão que estava diante dele da cidade “que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10). O que levou tanta gente a dar sua vida pela Fé “sem ter obtido as promessas”, saudando-as de longe? (Hb 11.13). O galardão eterno. Homens, mulheres, crianças e jovens enfrentaram o martírio, jogados às feras, queimados na fogueira, enterrados vivos, porque anelavam o galardão nos céus.
O que levou Moisés a suportar a fúria de Faraó, o deserto escaldante e um povo grosseiro e anti-social quando teve diante de si a possibilidade de ser o segundo na nação do Egito? Porque via “aquele que é invisível” e “considerou o opróbrio de Cristo”, isto é, a vergonha de seguir a Jesus como mais importante do que todas as riquezas do Egito, “porque contemplava o galardão” (Hb 11.26). Veja bem: O galardão estava sempre diante dele ajudando-o a vencer as adversidades!
A visão da eternidade, do dia em que compareceremos diante do tribunal de Cristo quando responderemos por nossas ações e palavras; da recompensa e do galardão que Cristo reservou aos vencedores é que nos leva a evitar o pecado; a suportar as calúnias, o desprezo e a desconsiderar as honras dos homens aqui na terra. Sim, pecam continuamente os ministros que perderam o temor do Senhor e já não creem no galardão eterno, porque se atêm unicamente aos prazeres da terra.
Quantos poderão dizer como Paulo no fim de suas vidas, “já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”? (2 Tm 4.8). Bem ao contrário, muitos ministros tremem de medo no momento em que percebem que terão de partir para a eternidade por temor do que lhes espera.
“Ao vencedor” e aos que perseverarem até o fim Jesus promete galardoar e recompensar!
Se você como ministro do evangelho quer ser um vencedor aqui na terra, fique sempre de olho na eternidade, sim, porque a visão da eternidade e do galardão eternos servem de mola propulsora e nos dão garra e ousadia para vencer as guerras espirituais, a lutar contra o mal, a evitar o pecado e a viver santamente.
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58).