… justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus (Rm 3.22-26).
Vimos anteriormente que a Palavra se tornou Revelação, e esta revelação redundou em realismo. Suponha que o assunto se esgote aqui. Precisamos só de revelação, mesmo que esta revelação seja a última e perfeita? A revelação permitiria que víssemos a luz sobre o mistério da vida, mas não nos concederia Vida para podermos ter controle da vida. Não é suficiente ver, temos que ser capazes de ver operando em nosso interior o que vemos. Mas, o que existe dentro de nós? Os que a si mesmos se conhecem – e conhecem o ser humano – sabem que dentro de nós há trevas; coisas ruins conhecidas como pecado. E as trevas e sujeiras não são coisas ocasionais que existem aqui e acolá, elas são coisas universais. Algo se interpõe entre nós e Deus e entre nós e nós mesmos; e entre nós e nosso irmão, e entre nós e o ambiente onde vivemos. É um bloqueio à vida. E por ele somos responsáveis. Só em pensar sentimo-nos culpados.
Obviamente que a menos que essas trevas e coisas ruins sejam removidas seremos incapazes de nos dominar. O pecado não nos faz sentir apenas pecadores, mas fracassados. O pecado segura com suas garras nossos pensamentos, nossas obras e o que somos. Este pecado é anti-vida, anti-Deus e anti-nós. Intromete-se e estraga nosso relacionamento fazendo-nos parecer estranhos a Deus, a nós mesmos; estranhos de nossos irmãos e da própria vida.
Qualquer revelação, portanto que traz à lume o mistério da vida, à Vida para domínio da vida precisa tratar com este trágico aspecto, o pecado. Se tentarmos debruar – apurar – este fato e resolver a questão de domínio – sem tratar do pecado – traríamos sobre nós miséria e frustrações. Qualquer tentativa de domínio pessoal sem tratar primeiramente da questão do pecado acabará em desespero e desilusão. Se não estivermos libertos do pecado, não estaremos salvos de nada – enfim, perdidos. Por isso a primeira palavra dita sobre Jesus foi: “E chamarás o seu nome Jesus porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (MT 1.21). O Salvador veio para nos salvar – dos pecados. Como? Ele o faria isto criando uma nova lei? Forçaria o homem a ser bom por compulsão? Ou levaria sobre si os pecados do homem numa cruz?
Oração: Pai, chegamos ao coração do mistério do amor. Dá-nos olhos para ver – ver de fato. Amém
Afirmativa: Se não estou liberto do pecado, não estou salvo.