Reinos e impérios costumavam ter como conselheiros sábios, fossem eles magos ou pessoas inteligentes para entender os tempos e as épocas. Nabucodonosor os possuía em grande quantidade. A maioria magos, ou sábios que desvendavam os segredos dos oráculos ou livros de predições. Davi, para assumir o reino em Israel precisou contar com a ajuda desses sábios que eram da tribo de Issacar. Eles conheciam as épocas, para saber o que Israel deveria fazer (1 Cr 12.32). E com base na sabedoria desses homens Davi saiu de sua fortaleza em Hebrom onde reinava havia sete anos e foi conduzido com honras para a cidade de Jerusalém, assumindo o posto de rei de Israel.
No vasto império de Assuero, diz o livro de Ester, o rei, desnorteado pela recusa da rainha em se expor publicamente na grande festa de cento e oitenta dias, “consultou os sábios que entendiam dos tempos, sobre o que se devia fazer” (Et 1.13-14).
Profetas e profetizas cumpriram este papel na nação de Israel e posteriormente na igreja. No livro de Atos temos o registro do profeta Ágabo que predisse uma grande fome, que veio acontecer nos anos seguintes. Com base na profecia, os irmãos fizeram provisões e as levaram para os crentes da Judéia pelas mãos de Paulo e Barnabé.
Guardo com carinho um livro em que videntes e sábios profetizaram sobre os últimos tempos, inclusive com as profecias de Malaquias, um padre fervoroso e com dons de milagres que viveu na Irlanda ao redor de 1100. Ele predisse com exatidão sobre os últimos 110 papas da história, o que vem se confirmando ao longo de 900 anos. Interpretando suas profecias pode-se concluir que o papa atual é o profetizado rebento da oliveira e que Roma, a seguir terá um último Papa de nome Petrus Romanus, ou Pedro de Roma.
Recentemente a inteligência americana CIA editou um livro prevendo como será o mundo em 2020. É uma leitura sócio-econômica que todos os políticos e economistas do país deveriam consultar.
Não incentivamos ninguém a fazer previsões, mas é possível, quando se chega a terceira idade como eu, tendo caminhado ministerialmente cerca de 42 anos como pregador prever o que está acontecendo e o que acontecerá com nosso país nos próximos anos. Pastores e igrejas poderiam traçar um plano de ação para que a igreja não seja tomada de surpresa.
A violência perpetrada pela guerrilha urbana começou há bastante tempo, mas os sábios de nossa nação não fizeram uma leitura sociológica sobre este tempo. E o Brasil vive um cenário político catastrófico em que a corrupção e a maldade não são debeladas, levando de roldão até mesmo os parlamentares evangélicos que, de boa-fé foram eleitos, mas se corromperam com o sistema. E com o sistema corrompeu-se a igreja evangélica. Esqueceram-se nossos dignos representantes que as estruturas da sociedade brasileira são malignas e que o país só melhorará quando novas estruturas de moral e ética protestante forem erguidas no país, mudando-se também as leis.
Poderíamos neste artigo fazer uma leitura mundial, de como a China se tornará o maior poderio econômico do mundo e de sua participação na política mundial; à custa do trabalho escravo de seus cidadãos, em troca de um pedaço de pão para que um bilhão e duzentos milhões de habitantes não morram de fome. Poderíamos prever à luz do quadro atual o que acontecerá com a igreja institucionalizada neste país e de como Deus terá de usar de recursos para uma nova reforma religiosa que não contemple o enriquecimento das instituições, mas a edificação do corpo de Cristo. E poderíamos também prever o que será o Brasil político nos próximos vinte anos.
Faz-se necessário nos dias de hoje que os líderes religiosos da nação se encontrem para refletir novamente a igreja no cenário nacional e os perigos iminentes que irá enfrentar. Basta, para tanto voltar à história lendo os acontecimentos político religiosos na história a partir do ano 1200 até a Reforma de Lutero e aprender com os pré-reformadores o caminho para uma igreja diferente que faça jus ao nome de Jesus Cristo.
Os pastores e líderes de nossa nação parecem ver apenas o que está diante deles no dia de hoje, e citam o velho dito popular – o futuro a Deus pertence – esquecendo que o futuro nos pertence também. Para tanto, basta ouvir o que o Espírito diz às igrejas. Ele sempre mostra o que acontecerá logo adiante. No entanto, parece que, para alguns a voz do Espírito não lhes faz falta, porque podem realizar sem a Presença dele seus planos aqui na terra.
Conclamo, pois, os pastores a saírem de seus encastelados domínios e de seus feudos religiosos para ouvir a voz do Espírito, escutar uns aos outros e refletir o momento em que estamos vivendo em nossa nação. Quem sabe, nos despertaríamos para obedecer a voz do Espírito e preparar a igreja para os difíceis dias que estão diante de nós.