Nota: O grande pregador Campbel Morgan me auxiliou muitíssimo na preparação deste sermão. Mas, não me detive apenas nele, mas em outros comentários de Salmos como em The Preacher´s Homiletic Commmentary, no comentário de Willian Jones.
Se você tem interesse em estudar este Salmo, sugiro que primeira leia todo ele, e depois comece a estudar na ordem aqui apresentada.
Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo. Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos (73.1-2).
Int. Uma das características dos salmos é que seus autores abrem o jogo sobre si mesmos, seus problemas, suas reflexões e suas dúvidas.
Eles não querem se exibir. Há pessoas que costumam confessar seus pecados para poder se exibir.
Este Salmo começa com uma declaração e termina com outra declaração. Entre estas temos a confissão de um autor, Asafe. Ele começa com uma expressão de vitória, de alegria! Este homem conta sua experiência particular, de olhar para a vida dos outros e comparar com a sua. Ele fornece uma descrição da vida dos outros.
I – A perplexidade toma conta dos autores dos salmos.
1. A perplexidade do autor não é surpreendente. Nós estamos tratando da mente de Deus que é diferente da mente humana. Temos a idéia de que Deus é obrigado a abençoar os seus filhos e a dar-lhes tudo o que eles desejam. Mas Deus pensa diferentemente de nós, como diz Isaías: “Os meus pensamentos não são como os seus pensamentos, e eu não ajo como vocês. Assim como o céu está muito acima da terra, assim os meus pensamentos e as minhas ações estão muito acima dos seus” (Is 55.8-9).
2. A segunda coisa que vemos aqui é que não é pecado ficar perplexo. Tem crentes que acham que o céu será sempre azul, límpido e brilhante. É errado ficar num estado de desespero, mas não é errado sentir-se perplexo. Paulo já dizia: “Perplexos, mas não desanimados” (2 Co 4.8). – Perplexidade: Indecisão.
a) Apesar de não ser pecado sentir-se perplexo, a perplexidade sempre abre a porta para a tentação. A tentação não apenas abala, ela pode derrubar o maior dos santos. Por isso o salmista diz: “Quanto a mim, os meus pés quase se desviaram…”. Jamais esqueça que o poder do inimigo contra nós somente é inferior ao poder de Deus. Paulo diz: “Revistam-se de toda armadura de Deus”. Necessitamos de toda armadura divina para poder vencer as tentações. Foi este tipo de tentação que tomou conta da vida de Paulo em 2 Coríntios 12.
3. A terceira coisa que vemos aqui é que a tentação produz cegueira espiritual. Veja como ele diz: “Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos”. A tentação não deixa a gente pensar com clareza. “Você não acha que não vale a pena se santificar, se abster de certas coisas, e ver que no fim, os outros ainda estão melhor que nós?” (v 13). Parece que não adiantou nada eu me conservar puro e ter as mãos limpas de pecado. Ouça o diabo sussurrando em seu ouvido: “Não adianta você querer se bonzinho; você é mau por natureza…”. “Não adianta ser crente. Os ímpios não crêem em Deus e vivem melhor que você!
4. Temos de aprender a lidar com a tentação quando ela vem. É isto que o salmista tenta nos dizer. “Chegamos a conclusão de que Deus é bom para Israel”. Mas, será que ele é sempre bom? Podemos dizer isto sem culpa? O salmista acrescenta: “…para com os de coração limpo”. Como em Romanos 8.28: “Todas as coisas cooperam para o bem dos amam a Deus…”.
A perplexidade não o levou à queda, mas à reflexão!
Hino: tentado não cedas, ceder é pecar!
II. Tomando pé da situação.
“Se eu tivesse falado como os maus, teria traído o teu povo. Então eu me esforcei para entender essas coisas, mas isso era difícil demais para mim” (15-16).
Os salmos não devem ser utilizados como tranqüilizantes; nem como um tratamento psicológico. Ou como poesia. Os salmos são tudo isto, mas eles têm como finalidade retratar a vida espiritual e as experiências de seus autores. Olha para Jesus! Mas, isto não é tudo. Deve haver disciplina. Se você estudar a vida dos puritanos, como Richard Baxter, dos metodistas, como os Wesleys e Whitfied, verá que eram disciplinados na vida cristã.
1. A grande arte da vida cristã é aprender a refletir e dirigir-se a si mesmo. Ele se refreou. O texto acima pressupõe que o autor ia dizer algo, mas parou. Ia falar. Ficou quieto. Ele refletiu antes de falar novamente.
III. A necessidade de revelação.
“…até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles” (v 17).
A capacidade de raciocinar e a reflexão nem sempre têm todas as respostas. É preciso que o homem receba um toque de revelação, uma luz para entender o que se passa.
1. O que é preciso para receber uma revelação?
a) Não se consegue uma revelação sem que se tenha fome e sede de Deus.
Davi também se sentia ofendido por seus amigos que lhe perguntavam: “Onde está o teu Deus?”. Ele diz: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Sl 42.1-2).
“Bem-aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios; ficaremos satisfeitos com a bondade de tua casa—o teu santo templo” (Sl 65.4).
A pessoa que tem sede de Deus, ora, clama, busca sua presença. Os Salmos estão repletos deste tipo de clamor.
b) Entrar no santuário, isto é, ficar frente com Deus. Foi o caso de Jó. Depois que Deus fala com ele, exclama: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia. Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” (Jó 42.2-5).
O que é entrar no santuário? É buscar a Deus. Ir onde ele está!
Quando não temos revelação, falamos de coisas que não entendemos.
“Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença” (Sl 73.21-22).
Ex. Foi o caso de Moisés. Ele precisou ter uma revelação do caráter de Deus (Ex 34.6-7). E também de todos os líderes da Bíblia. Eles tiveram um encontro com Deus. Como Abraão que via o futuro, e viu os dias além da igreja!
2. A revelação dissipa nossas dúvidas. Por isso Paulo pede que oremos pelos novos crentes para que tenha iluminação divina. “… para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder…” (Ef 1.17).
O que é uma revelação divina? É quando nossa mente, nossa razão, depois de grande luta se rende à iluminação do Espírito de Deus.
3. A revelação traz luz sobre nós mesmos. A revelação de Deus NÃO NOS MOSTRA APENAS SUA GLÓRIA, mas nosso pecado. O salmista Asafe, aqui, ao entrar no santuário, não apenas descobre o destino dos ímpios: ele vê o seu interior: “Eu era um bruto, um insensato, irracional, falei sem pensar, sem conhecer…”. Toda pessoa que tem revelação de Deus vê o seu interior. A mesma experiência teve Isaías no capítulo 6. Ele viu o Senhor e a glória do Senhor lançou luz sobre seu interior e ele viu seu pecado! “Ai de mim”, gritou.
Isaías disse: “Eu vi o Senhor…”. Depois ele exclamou: “Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!” (Is 6.5).
A introspecção sem a luz de Deus traz culpa e desatinos, mas com a luz de Deus traz respostas. A reflexão apenas pode trazer confusão, mas quando Deus jorra de sua luz sobre nossas mentes, entendemos com clareza.
O que levou homens e mulheres de Deus a suportarem as dificuldades foi a revelação que tiveram de Deus e de seu propósito.
Podemos ver isto em Abraão que vivia em tendas porque aguardava a cidade que tem fundamentos; em Moisés, que contemplava o galardão; em José que deu ordens aos judeus sobre seus ossos… etc.
Voltemos ao Salmo 73.
No início ele diz: “Quanto a mim…”. Antes de ter revelação de Deus, quase se desviou. Agora no fim declara de novo: “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus…” (v 28). Apenas um olhar separa o homem das respostas que Deus tem para ele.
Os dois “quanto a mim” no versículo dois e depois no vinte e oito mostram que a experiência que ele teve mudou sua maneira de pensar. Agora ele podia dizer que Deus é bom pra com ele também!
muito lindo esse salmo de asafe, gostaria de aprender mais sobre o Levita Asafe.
VAlteir. Tudo o que é dito sobre Asafe está na Bíblia. Ele era um dos cabeças das famílias de levitas que cuidavam do serviço e dos turnos do templo.
Tudo que eu precisava ler hoje.
Obrigada.
Este é o meu salmo preferido, porque trata de um tema interessante que é o da justiça de Deus. Ele é justo, e ponto final!
gloria deus por ess passagem de asafe nunca devemos ter iveja do impio porque no im ele perecera.
Um dos meus capítulos favoritos. Sempre que estou achando que sou prejudicado, volto ao Salmo 73.