Nesses dias os estados do sul, especialmente o Rio Grande do Sul e Santa Catarina enfrentaram catástrofes climáticas com tornados que varreram pequenos vilarejos e casas de produtores rurais que vivem da pequena propriedade. Tem gente que perdeu tudo!
Vi pelos noticiários os políticos andando por entre os escombros, sem conseguir esconder o sorriso, e aventuro-me a dizer que estão ali não com o objetivo de ajudar, mas pensando nos votos das eleições de 2010.
É sempre assim. O governo federal promete liberar dinheiro, mas a liberação emperra na burocracia do Estado. Quase um ano depois da catástrofe climática que atingiu Santa Catarina existem famílias que não conseguiram ajuda alguma!
Esses agricultores que perderam tudo o que construíram ao longo da vida com trabalho e suor, sem nunca serem ajudados pelo governo, ao contrário, pagando regularmente seus impostos de tudo o que produzem, precisam de ajuda direta, sem intermediários. Isto é, o governo deveria colocar na mão de cada agricultor dinheiro suficiente para que consiga edificar um barraco onde possam continuar a produzir.
E no próximo ano o povo voltará a alimentar com seus votos, os políticos inteligentes que vivem da desgraça alheia. Que gostam de catástrofes.
E a igreja? Bem. A igreja Católica abriu seus templos e acolheu os flagelados. E a igreja evangélica? Não se ouve apelos, nem campanhas. Bem, os irmãos enviam cestas básicas, roupas e móveis usados que ficarão depositados nos ginásios de esportes e nas associações comunitárias. Mas, isso é apenas uma esmola.
Mas, não basta abrigar os flagelados em templos e paróquias: É preciso ajudar essa gente a reconstruir, pelo menos, uma casinha onde possam se abrigar. Porque os pequenos agricultores têm fibra, coragem, são fortes e jamais desanimam e se erguerão do lodo e dos escombros – pois ali não tem pó nem cinza.
Por outro lado, a sociedade civil não está preparada para as catástrofes, especialmente a Defesa Civil que é atrelada aos interesses e aos recursos financeiros do governo. É preciso uma defesa civil mais organizada pela sociedade. Os governos se sucedem sem nunca ter uma estratégia de socorro nos momentos de tragédia climática.
A igreja poderia fazer parte dessa sociedade organizada. O que fazer? Se pelos menos cada igreja cuidasse daqueles que fazem parte de seu rol de membros, e que foram atingidos pela catástrofe, boa coisa se faria. Mas, em certos locais essa pobre gente não vai a igreja alguma, porque vive longe de tudo; a igreja deveria ir até onde eles estão levando socorro material e ajuda espiritual.
Fica aqui a reflexão. Uma igreja que só se preocupa consigo mesma, egoísta, jamais cumprirá com o mandamento de Jesus.
Perder em trinta segundos tudo o que se construiu em cinquenta anos é desgraça terrível. E virar alvo de projetos interesseiros eleitorais do governo, é desgraça maior.
Inteligentes, como são, essas vítimas da natureza saberão dar o troco nas próximas eleições.