Recorri a ajuda de Nilson Zalewski e de Jonas Santana, meus amigos para comentar e opinar o que queria escrever. O ponto 5 foi contribuição do Nilson e os pontos 6 a 10 de Jonas Santana. Créditos concedidos, vamos ao assunto.
Nos últimos anos tem havido um retorno de pessoas para igrejas históricas, como a Igreja Católica, a Luterana (IECLB e IELB), Batistas de todos os tipos, e, em algumas partes do país para igrejas metodistas, episcopais e presbiterianas. Gente que se converteu em Comunidades Cristãs, em igrejas neopentecostais, e em igrejas fundadas por “apóstolos”.
Tempos atrás fui o pregador em um retiro da igreja presbiteriana e, para minha surpresa deparei-me com irmãos que eu conhecia de uma Comunidade Cristã, igreja m que eu pregara também; e agora se tornaram membros da presbiteriana. Aceitaram rapidamente a mudança de rituais de batismo em águas, para outras formas de batismo sem lhes alterar a fé. Em uma cidade do Nordeste estive com um grupo da igreja Episcopal Carismática e encontrei pessoas conhecidas que se converteram na Igreja Local do Witness Lee e em Comunidades Cristãs. Foi uma mudança radical.
Um obreiro a quem dei mentoria foi congregar com toda sua família na Igreja Católica, e ali se encontrou espiritualmente. Tempos atrás fui comprar alguns livros numa livraria católica e encontrei um dos vendedores cuja família é de raiz assembleiana. E estava feliz frequentando uma paróquia de seu bairro.
Assisti duas missas católicas em cidades diferentes do país, e percebi como algumas dessas paróquias retornaram à simplicidade das Escrituras, porque a liturgia era biblicamente correta.
Fiquei a pensar:
Por que este fenômeno? Ainda estou em fase de reflexão, análise e pesquisa para responder a essa pergunta, mas posso identificar alguns fatores:
1. Autoritarismo.
O autoritarismo de pastores e presbíteros que não permite que se pense diferentemente deles, ainda que seus ensinamentos sejam fruto de interpretações pessoais e dogmas denominacionais. Sim, as denominações criticam os dogmas católicos romanos, mas possuem também seus dogmas, independente das Escrituras nada dizerem a respeito daquele tema e ele não ser relevante para a salvação.
2. Cultos cansativos.
Cultos cansativos, com louvor prolongado e cânticos repetitivos quase mântricos, e longos discursos para levantar ofertas, tentando explicar a diferença entre primícias, dízimos, ofertas, ofertas voluntárias, ofertas sacrificiais, e outro tanto de blá-blá-blá antes de distribuir a ceia do Senhor. Depois vem a longa pregação de mais de uma hora sem começo, meio ou fim. Quando não ficam batendo na questão da autoridade, fidelidade e de honra ao líder.
3. Imoralidade no ministério.
As pessoas cedo ou tarde descobrem que o líder incorre em imoralidade sexual, infidelidade no uso de ofertas e dízimos, e que a vida privada ou em família dele não condiz com o que prega.
Apesar de essas coisas existirem em todas as denominações evangélicas, pentecostais, protestantes e católicas, em algumas delas existe um sistema de punição e exclusão de líderes imorais, por outro lado, algumas denominações possuem convenções que funcionam como sindicatos para proteger os pastores.
4. Excesso de atividade semanal.
Aqueles que galgam algum posto de serviço descobrem que a atividade da igreja não lhes dá tempo para a família, filhos, para si e os amigos e se exigem deles relatórios de atividades financeiras, de pessoas etc. Certos líderes de igrejas querem até interferir na vida sexual de seus membros, sejam homens ou mulheres.
Recentemente um apóstolo de uma grande denominação precisou ser afastado por problemas familiares. Razão? A esposa enferma e ele viajando e pregando. Essa denominação agiu corretamente sem levar em conta o status ministerial de seu líder.
5. Pregações tipo “coaching”.
Só para explicar: Esta palavra de origem inglesa é usada para “treinador” de clube ou de pessoas, que além de prepararem estratégias de vitórias motivam seus jogadores à vitória. Pois é assim que alguns pastores se comportam como se coaching fossem, quando deveriam se preocupar com a exposição da palavra de Deus. E, algumas dessas pregações as palavras salvação, arrependimento e santificação, foram substituídas por termos de como, “vida cristã plena”, apresentando um evangelho fofinho e agradável sem sequer dar ênfase à obra sacrificial de Cristo na cruz. Um bom conselho dado por minha nora é entrar no Instagran desses pastores e ver quem eles seguem nas redes sociais!
Talvez por esses e outros motivos as pessoas estão fazendo o retorno para as igrejas históricas onde o evangelho de Cristo é pregado.
6. Abandono de pastores.
A maioria das denominações está abandonando os seus pastores após 20 ou 30 anos de vida ministerial deixando-os sem casa para morar e sem a devida reforma, pois nunca pagaram a contribuição social. Fazem isso a título de abrirem oportunidades aos mais jovens, porém o real motivo é ter pessoas que sejam facilmente manipuláveis e que criem dificuldades com perguntas difíceis quando os CEO´s queiram impor normas contrárias à Palavra de Deus.
Quando um apóstolo de Denominação ostenta publicamente as suas riquezas, mostrando o que realmente importa para ele, enquanto os anciãos que construíram a obra com sua vida, dedicação, sacrifício familiar e profissional passam necessidades, e têm salários e ajudas cortados. As pessoas que o seguem, ou ainda insistem em segui-lo, o fazem por medo dos jugos e maldições lançadas sobre eles.
7. Excesso de denominações.
É extremamente importante entender que, na realidade, o sistema criou um meio para que cada líder possa impor sua visão, seu modelo, seus desejos, para um pequeno ou grande grupo, uma forma de mandar e outros obedecerem. Principalmente, nos modelos neopentecostais em que essa forma de liderança impositiva fica muito evidente, e em que o autonomeado apóstolo, bispo ou missionário afirma que é um líder e não precisa prestar contas a ninguém dos seus atos e ou decisões. Evidentemente, esse modelo não é bíblico, pois não existe líder que não precise prestar contas de seus atos ou decisões. O modelo não é exclusivo dos neopentecostais, porque entre os pentecostais também existem os semideuses que se perpetuam na liderança. A falta de alternâncias permite que permaneça no comando por décadas, uma pessoa antibíblica, ante Cristo. Infelizmente, esse modelo adotado se alastrou pelo mundo, fez do Evangelho algo muito lucrativo e líderes transformaram denominações em conglomerados empresariais.
8. Falta da característica de verdadeira Igreja.
As denominações perderam, e pelos menos uma boa parte nunca teve, a característica da verdadeira Igreja, apesar de manter semelhanças, e não se pode esquecer que os dons são dados por Deus sem arrependimento, por isso cantam, pregam, oram e pessoas são curadas e salvas (afinal salvação e cura provem de Deus pela Fé). A fachada é mantida, mas a estrutura está danificada, os pilares estão corroídos (alguns fundamentos já ruíram por completo: santidade, temor a Deus, fidelidade, integridade, amor, esperança), mantêm apenas a aparência de fé e unção. Tornaram-se uma imitação mecânica daquilo que foram um dia, sim, imitam bem, usando corretamente as palavras e as expressões típicas, mas perderam a característica de Igreja.
9. Excesso de política, tanto a eclesiástica quanto a governamental.
E o que dizer das denominações politizadas, onde o apelo político faz parte da liturgia do culto e da prática denominacional, com pastores senadores, deputados, vereadores? A denominação que não tiver ou apoiar um político não tem força, alegam que é muito importante eleger vereadores, deputados, senadores, porque, afinal de contas, a denominação lucrará com isto, e muitos realmente têm lucrado financeiramente. Será que conseguimos imaginar uma cena patética como essa na Igreja Primitiva? O lançamento da candidatura de algum apóstolo a senador?
10. Os desigrejados.
Feridos em “nome de Deus” e o aumento dos “desigrejados”. Esses líderes por onde passam deixam um lastro de destruição pior do que os furacões, com muitos feridos “em nome de Deus”. Seus constantes desmandos promovem divisões desenfreadas, multiplicando-os em centenas de pequenos Judas. O desespero dos maiores ao perder prestígio, arrecadação e povo, leva-os a subjugar o povo que fica, enquanto lançam ameaças de maldições e mortes aos que saíram. Famílias são destruídas pelo evangelho mentiroso, nojento, sujo, que admite o divórcio e consequente a troca do cônjuge, com manipulação da Palavra para mostrar que Deus aprova isso. Deus jamais atua contra Sua Palavra.
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Este artigo reflete muito do que sinto como cristão “desigrejado”.
Assim me tornei ao ver os líderes sendo hipócritas.
Meu pai foi ministro de uma denominação tradicional pentecostal e, chegando no tempo de passar o cajado, foi traído pelos ditadores de uma convenção.
Teve que registrar uma pensão para manter seu sustento com dignidade enquanto outros se aproveitaram do legado que este servo de Deus deixara. Lastimavel.
Lamentavelmente os líderes de igrejas são os maiores culpados de haver desigrejados.
Nao leia mal demais os fatos, exceto como exercicio de prudencia e juizo. Precisamos refazer a vida crista para alem da visao denominacional, mas pratica diaria, em que congregar seja sinonimo de ter comunhao com homens e Deus. Pior que estar Perdido no mundo eh estar dentro da propria casa. Desde que tais irmaos nao renunciem o que de biblico aprenderam, nao ha grande mal nisso, aos meus olhos