Igreja X Igreja

A maior dificuldade na vida de um ministro do Evangelho é entender o seu chamamento e sua missão na terra. Chamo isso de conflito ministerial. É quando o obreiro jovem se vê diante de tantas oportunidades querendo abraçá-las todas ao mesmo tempo. Uma coisa eu tinha certeza: Não deveria jamais assumir o pastorado de uma igreja e nela me fixar prolongadamente.
Muitos pastores conseguem, a partir de uma igreja local e de seu pastoreio realizar um ministério translocal, no entanto, sempre achei que poderia ajudar na igreja local e viajar exercendo o ministério com o corpo de Cristo sem cor denominacional e sem ser um presidente.
A maior dificuldade é quando a liderança de uma igreja não aceita que obreiro algum de sua denominação pregue em outra denominação. Este problema me afligia havia anos. Recordo-me a primeira vez que meu pastor me “puxou” pra um canto e me falou que os demais obreiros não viam com bons olhos minha atividade junto a outras denominações da cidade. Ele não se importava: queria me proteger.
Naquele tempo eu pregava entre os anglicanos, metodistas, luteranos, batistas e outras igrejas pentecostais. Os obreiros, na realidade, não se importavam que eu pregasse entre algumas denominações tradicionais, mas nunca nas igrejas concorrentes, como o Brasil Para Cristo, o Evangelho Quadrangular e noutras Assembleias de Deus da cidade que faziam parte de outros ministérios. Algumas dessas surgiram de divisões, eu sabia.
– Nada tenho com os problemas que os irmãos tiveram no passado. Faço parte de uma nova geração, respondi ao pastor Presidente. Eu amo a igreja e a vejo de maneira global e cósmica.
Anos mais tarde meu pastor Presidente me agradeceu, porque pude fazer uma conexão dele com aqueles pastores de outras denominações pentecostais que se reconciliaram e pediram perdão à igreja mãe, seguindo, obviamente, cada um o seu caminho.
Mais tarde, em outro grupo “denominacional” um dos pastores argumentou que não deveríamos pregar em denominações da cidade porque não deveríamos engordar sistemas. Fugi dessa ideia, deixei aquele grupo, e cinquenta e um anos depois continuo pregando a Palavra de Deus onde for chamado!
O corpo de Cristo não se limita a um grupo denominacional por maior e melhor organizado que seja: O corpo de Cristo é Cristo glorificado na sua igreja e enche a Terra com sua plenitude!
Onde é meu lugar? No corpo de Cristo, para tanto sou membro de uma igreja local que me aceita e também aceita o ministério que Deus me deu sem questionamentos: A Assembleia de Deus de Porto Alegre.

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