Título original: Grace to you too!
O pastor fundamentalista John MacArthur é um pregador talentoso, escritor e amante das Escrituras. Seu programa nos Estados Unidos “Grace to You” leva muita gente ao estudo da Bíblia, e seu curso de graduação no seminário teológico treina centenas de líderes ministeriais. John é um calvinista roxo, mas isto não impede que eu o considere meu irmão em Cristo.
Lamentavelmente, MacArthur não diz a mesma coisa a meu respeito, e isto me entristece. Em seu novo livro Strange Fire (Fogo Estranho), ele declara em termos bem legíveis que qualquer pessoa que abraça quaisquer formas de manifestações carismáticas ou teologia pentecostal não adora o verdadeiro Deus.
Meu irmão em Cristo me expulsou do rol da igreja.
Nas palavras duras de John MacArthur, qualquer pessoa que pede oração para ser curado, que testemunha haver recebido um milagre, que falou em línguas, profetizou ou sentiu que Deus falou com ela; que tenha sentido emocionalmente a presença de Deus ou caído no chão por alguma manifestação do Espírito depois de receber oração pisou fora dos limites da ortodoxia.
MacArthur afirma que os carismáticos acham que estão adorando a Deus, mas, na realidade estão adorando o bezerro de ouro. “Todos os dias milhões de carismáticos (pentecostais) oferecem louvores a uma imagem falsa do Espírito Santo”, diz MacArthur no início de seu livro. “Nenhum movimento tem feito maior estrago ao evangelho”, como os pentecostais.
Ele não apenas descreve as coisas péssimas de nosso movimento; ele traça um perfil dos pais e fundadores do pentecostalismo e chega a citar o pastor Batista Henry Blackaby por ensinar que Deus ainda fala com seu povo hoje.
MacArthur, de 74 anos de idade apela para que os cristãos se engajem numa “guerra coletiva” para impedir o progresso do movimento carismático, o qual ele declara como um “vírus mortal”, “uma mutação da verdade”, um “cavalo de Tróia” que se infiltrou na principal corrente do cristianismo.
MacArthur escreve: “A teologia carismática (quer dizer, Pentecostal) fez da igreja evangélica um reservatório de erros e um terreno fértil para o surgimento de falsos mestres”.
As pessoas que são achegadas a MacArthur não se surpreendem com o que ele escreveu em Fogo Estranho, já que é uma reedição aumentada de Caos Carismático editado em 1993. Infelizmente, muitos carismáticos supriram MacArhtur com farta munição para sustentar sua tese de que todos nós somos um bando de divertidos artistas e mimados espirituais. Nosso movimento é novo e enfrentamos problemas, e MacArthur não precisa usar binóculos para enxergar exemplos de erros doutrinários. No entanto, em vez de oferecer correção paternal, ele desembainha sua espada e ataca todo mundo. Não sou daqueles que defendem os cinco pontos do calvinismo, mas apresentarei aqui cinco pontos em resposta ao livro de MacArthur:
1. Nem todos os carismáticos e pentecostais abraçaram os erros e cometem excessos, como os que ele menciona. MacArthur cita os líderes carismáticos que, de fato cometeram abusos e erros no movimento. E, então, ele nos varre para fora do seio da igreja com sua enorme vassoura de limpar assoalho. Ele precisa saber que a maior parte dos líderes pentecostais não está errada, e que sabemos que muitos líderes precisam de correção e admoestação. Existem milhões de igrejas carismáticas e pentecostais saudáveis ao redor do mundo que estão evangelizando os perdidos, enviando missionários e ajudando os pobres. E são os carismáticos e pentecostais que estão abastecendo as estatísticas de crescimento da igreja ao redor do mundo com seu ardor e fervor cristão.
2. Temos que deixar espaço para a manifestação do poder de Deus em nossos dias. MarcArthur acredita que os milagres de Deus cessaram ao redor do ano 100 d. C. Ele afirma que línguas, curas, profecias, visões e as manifestações sobrenaturais descritas no Novo Testamento não operam mais nos dias de hoje. MarcArthur é particularmente azedo contra os carismáticos que enfatizam o falar em línguas, (que ele chama de bobagens). Ele também reclama que temos uma “perversa obsessão por curas físicas”, (em outras palavras, se você fica doente, aceite a doença, porque Deus não cura mais ninguém). Mas, o Novo Testamento em lugar algum afirma que o céu recebeu de volta o Espírito Santo fechando a possibilidade de manifestações. Ora, esta é uma opinião de John MacArthur e não doutrina bíblica!
3. A igreja precisa de uma ênfase nova sobre o Espírito Santo. MacArthur afirma que os pentecostais são culpados de trazerem um foco errado sobre o Espírito Santo. Ele defende que o Espírito Santo aponta unicamente para Jesus e que não deveríamos buscar o poder nem a presença do Espírito Santo porque ele costuma agir por trás dos bastidores. Minha pergunta é: Se isto for verdade, por que Jesus ensinou tanto a respeito do Espírito Santo? E por que a obra poderosa do Espírito é tão enaltecida no livro dos Atos dos Apóstolos e nas epístolas? Claro que o Espírito quer que toda a honra seja dada a Jesus, mas criamos uma enorme confusão quando ignoramos o Espírito Santo ou limitamos seu poder! A igreja precisa hoje do poder de Deus como nunca na história!
4. Existe diferença entre correção bíblica e julgamento. Qualquer pessoa que lê meus artigos sabe que falo regularmente sobre práticas erradas em nosso movimento – desde a teologia da prosperidade à prática da necromancia; falo contra pastores adúlteros que afirmam que Deus os orientou a se divorciar e casar de novo. Creio que devemos denunciar o pecado dentro de nossas fileiras. Existe, no entanto, uma diferença entre confrontar pecados específicos e condenar todo um movimento ao inferno. O livro de John MacArthur cruzou esta linha divisória.
5. Mesmo assim devemos amar John MacArthur. O livro Fogo Estranho lista a maneira errada que muitos carismáticos estão fazendo dos dons ou abusando do Espírito Santo, conforme seu ponto de vista. Ele esquece de mencionar que uma das obras importantes do Espírito Santo é unir e conectar a comunidade cristã num profundo relacionamento. O Novo Testamento nos consigna a “preservar a unidade do Espírito no vínculo do paz” (Ef 4.3). Somos ensinados também que o amor é parte do fruto do Espírito Santo. No entanto, Fogo Estranho não foi escrito numa atitude de amor!
Mesmo assim, não é bom fazer retaliações contra MacArthur. Ele é nosso irmão, porque todos cremos no único Salvador. A melhor coisa a fazer em resposta a este livro mal-educado é amar nosso irmão, apesar da raiva que ele demonstra contra nós!
Traduzido por João A. de Souza Filho
O original pode ser conferido em J. L. Grady “Fire in my bones” em:
http://www.charismamag.com/blogs/fire-in-my-bones/18919
Concordo que o que ocorreu em Azusa não passou de algo que deveria ser esquecido. Digo isso com relação a prática, não ao que Seimour e companhia propunham. O plano era igual ao socialismo, só funcionou no papel. Mas congrego numa Assembléia de Deus e exerço o pastorado há muitos anos. Lecionando em EBD’s e nas demais atividades da igreja. Concordo inclusive que nenhuma das manifestações estereotipas que vemos hoje como as do “Benny Hinn” e companhia, são de fato manifestações do Espírito Santo, vejo isso como a própria Bíblia diz, uma completa desordem. Mas creio no poder do Espírito Santo e que precisamos ser cheios do Mesmo. Não com derrubadas ao chão, ou todo o tipo de palhaçada, que inclusive entrou na igreja em que congrego, e juntamente com os que mas buscam o conhecimento da Palavra de Deus, lutamos para erradicar a igreja desse engodo. Crio que Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Mas creio também que o homem no afã de sua deidade, permitiu que satanás penetrasse aonde não deveria, no púlpito e toda a carnalidade e a perversão que vemos hoje, cuja jamais foi vista na terra, é culpa de homens que não procuraram crescer de fato na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Sei que o Dr. John MacArthur tem motivos de sobra para criticar o que ocorre lá no seu país, pois é justamente de lá que toda essa imundície foi importada para os demais países do mundo. Temos que amar inclusive os inimigos (que se declaram nossos inimigos), pois nós temos u inimigo (o diabo) e um pior que ele, nossa carne! D qual nos foi ordenado fugir e não resistir.
O emocionalismo entrou igreja a dentro, junto com o positivismo, com a marginalização da Teologia, e com a instituição do humanismo nos púlpitos brasileiros. Vemos a Palavra de Deus que é clara. Mas o cristianismo não é como 1+1=2, e sim E=MC². O que quero dizer com isso? Que Jesus Cristo explicava suas parábolas para os discipulados, Hoje porém, os homens tem traduzido de uma forma não bíblica as Escrituras, com o propósito de angariar fundos e escravos de seus desejos escusos. Logo, todo emocionalismo usado nas igrejas atuais foi instituído a mais de cem anos atrás, justamente com o Movimento Pentecostal. Não que o pentecostalismo hoje seja fábrica do diabo, pois temos homens de Deus lutando contra toda a palhaçada elaborada e difundida desde Azusa, mas também temos outro tipo de pentecostal, que não liga para as Escrituras e pensa apenas no emocionalismo demoníaco. Posso dizer pelo que vemos aqui.
Creio que devemos ser cheios do Espírito Santo, mas da forma que as Escrituras nos ensina e não da forma que os homens ensinam hoje.
Enfim, nós pentecostais ou não temos sim, que lutar contra a palhaçada que foi instituída de forma errada e que desde Azusa foi difundida, não adianta culpar os pregadores de hoje apenas. Pois o erro deveria ser impedido no início. Muitos homens estão nesta luta e cremos que a vitória que vem da parte de Deus está chegando. Vitória sobre o ceticismo e ocultismo que foi instalado em nossas igrejas.
Deus abençoe no nome de Jesus!
A história do que aconteceu em Azuza é verdadeira. Já em 1890 houve avivamento semelhante em Toronto, no Canadá que transformou a vida de A. B. Simpson que fundou a Aliança Cristã Missionária. O que ocorre é que as pessoas querem transformar um evento do Espírito Santo numa coisa corriqueira, especialmente entre os assembleianos – e eu sou da Assembleia de Deus. No entanto, os chamados teólogos das AD hoje estão muito incrédulos quanto ao que o Espírito Santo pode fazer.
Acho que o humanismo e a falta de entendimento tem se propagado dentro das igrejas ,por isso é um aprendendo errado e ensinando errado também ,a maior culpa são dos líderes ,todos se acham homens e mulheres de Deus , e as pessoas acabam idolatrando os que são “usados” por Deus ,muitos não conhecem nada da Palavra ,mas é “profeta “.quando havia pregação genuína não havia tanto problema ,mas hoje as pregações nessas igrejas são só gritaria e emocionalismo!!!
Ana, até mesmo os que se dizem mais bíblicos têm se deixado levar pelo humanismo em um ou outro aspecto. Abraços.
Concordo contigo esse negócio de dizer eu sou de Paulo eu de Cefas e eu de Cristo está Cristo por acaso dividido? Eu vejo heresias em qualquer lugar até no meio Reformado
Rapaz, massa quando esses ferrenhos críticos são envolvidos na Chama. Vai ser muito legal vê-lo pregando e refutando o que diz agora.
Gostei da sua humildade e respeito para com um interlocutor que lhe é oposto, pastorzão.
Acho que na adolescência li um livro seu sobre ministério de louvor pela ed Betânia