Marco Feliciano e o princípio da colheita

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

Faz tempo que pensava em escrever algo a respeito da polêmica em torno do pastor Marco Feliciano. Não penso, necessariamente, em falar de seus pontos de vistas a respeito de negros e homossexuais, pois afinal, neste país todos têm direito a opinião, e não podem ser condenadas por opinar num país democrático – a não ser quando um país passa a ser governado por minorias, como é o caso do Brasil. Nem tampouco entrar no mérito da política e na indicação dele para a Comissão de Direitos Humanos, costumeiramente controlada pelo PT e por minorias barulhentas.

Mas, creio que Feliciano está colhendo fartamente o que semeou durante os anos de seu ministério. Feliciano é cria de José Wellington, Presidente quase vitalício das AD do Brasil, e, porque não dizer é cria da Assembleia de Deus. Era pregador VIP nas grandes convenções nacionais e bem aceito por todos, especialmente porque espraiava espiritualidade trazendo anjos às reuniões, profetizando, falando línguas e mexendo com a emoção do povo. Adepto do re-te-tés fazia o povo delirar com suas pregações sem conteúdo teológico. Não media palavras para dizer a “verdade” quando bem entendesse, e tinha uma agenda repleta de reuniões cobrando cachês altíssimos – algo em torno de 15 mil reais por reunião. Hospedava-se nos melhores hotéis do Brasil e era aclamado por milhares de seguidores.

Suspeita-se que uma amante o acompanhava até as cidades onde pregava, usando um esquema simples: Ela chegava sempre uma hora depois e se hospedava no mesmo hotel que ele. Mas, até onde sei saiu-se ileso dessa acusação, mas não a de literalmente extorquir dinheiro dos crentes. Sobre a cobrança altíssima de cachês e de pedir mais ofertas para seu ministério é fato comprovado. Enriqueceu.

 Ao longo dos anos Feliciano foi se desgastando com as lideranças assembleianas, não recebia mais convites, e passou a pregar em outras searas. Sua ganância por dinheiro era insaciável. Inconformado criou seu próprio ministério e, habilidoso conseguiu voltar ao seio da denominação ingressando na política, sendo muito bem votado por seus fãs em São Paulo. Aquele que afirmava que nunca entraria na política acabou por fazer dela a escada que o levaria ao topo da mídia nacional.

 Hoje, Feliciano está colhendo tudo o que plantou ministerialmente. Se tivesse permanecido fiel ao ministério de Cristo, levando um estilo de vida frugal, não cobrando cachês altos, trilhando os passos da humildade não traria sobre si tanta perseguição. Não apenas sobre si, mas também a fúria política contra a igreja, porque nesta hora a mídia não vê diferença entre Feliciano e João de Souza, entre Assembleia e Batista – e os nivela a todos tendo como base o que Feliciano pensa e fez. Feliciano ao entrar na política entrou num território dominado por potestades adversas a Cristo, sentando-se no meio de feras treinadas por Maquiavel.

 Este homem no passado manchou o Nome de Cristo cobrando altos cachês, negociando o evangelho para proveito pessoal, e você e eu somos convocados a defendê-lo como se dependêssemos dele nessa comissão para representar o bom nome da Igreja. Ele não é a joia da coroa real. Este homem nos nivelou a todos por baixo – quem sabe Deus reverterá essa situação a favor da igreja, seja para juízo ou para misericórdia, e ele refletirá melhor e se arrependerá dos seus feitos.

Sempre advoguei que o pastor que se candidata a cargo político entregue sua credencial ministerial – mas esta não é a opinião da maioria dos meus colegas. Gostaria que ele renunciasse ao cargo de pastor – porque assumindo posição pastoral nos deixa a todos em maus lençóis, e seguisse unicamente pelo caminho que lhe dá rendimento honesto (?) a política. Se eu tivesse que gritar um slogan contra ele, seria “Feliciano, renuncie ao pastorado, não manche o bom Nome de Cristo”.

 Felizmente, a misericórdia de Deus é maior que a justiça – mas a justiça de Deus sempre é feita.

33 thoughts on “Marco Feliciano e o princípio da colheita

  1. É PASTOR !!, SE EU FOSSE O SENHOR, IRIA ESTUDAR A FUNDO, A IGREJA BATISTA !!!, POIS A POLITICA ESTÁ ENRAIZADA JUNTO A ESTE MINISTÉRIO !!, CUIDADO, COM A MÃO DE DEUS !!, E CASO O SENHOR PENSE, EU NÃO SOU ASSEMBLEIANO E NEM BATISTA, E CREIO QUE CRENTES PODEM SIM, FAZER PARTE DO GOVERNO, POIS QUANDO DEUS LEVANTOU OS SEUS LIDERES, TAMBEM HAVIA PODRIDÃO, E MESMO ASSIM, ELES REPRESENTAVAM O POVO DE DEUS, APRENDI UMA COISA SE VOCÊ,TEM UM INIMIGO, É MUITO MELHOR VOCÊ VIGIÁ-LO DE PERTO DO QUE DE LONGE, E SE LÁ É REDUTO DE SATANÁS, É MELHOR QUE OS CRENTES ESTEJAM LÁ, PARA VER OS PLANOS DO DIABO E NOS ALERTAR!!!

    1. Você não entendeu a minha opinião. Quando um pastor decide optar pela política não deve ser chamado de deputado pastor tal, se não, um médico seria chamado, médico deputado tal… No caso do pastor este deveria abdicar de sua função ministerial, largar a Bíblia e passar a ler o Príncipe de Maquiavel.

  2. Quanto mais conheço, mas vejo que devemos, como crentes, nos ater a simplicidade do evangelho, pregando sobre o centro, Cristo, e não sobre as áreas periféricas. Tudo isto passará… e infelizmente, muitos ainda estão sendo e serão enganados…

    1. Leondas. Por que será que evitamos o evangelho simples, como você afirmou, para nos tornarmos mais sofisticados? A influência do sistema do mundo sobre a igreja é muito forte. A igreja sofre muita influência do modernismo, do humanismo e do positivismo, este trasvestido de comunismo impregnado no governo brasileiro.

    2. se os governos e os poderes são instituídos por DEUS por que seus filhos se afastam tanto deste assunto ,quando pelo contrário, num país democrático temos a chance de fazer parte do poder para fazermos uma obra ainda maior não é só orando que se resolve tem que ir a luta , daqui a pouco tem pastor fazendo casamento entre pessoas do mesmo sexo, sem falso moralismo, se ha possibilidade porque não, ou os homens de DEUS mudaram, nimguém tem mais fé, para servir a DEUS e reinar sobre os homens, não sejamos tolos .reflitamos e usamos nossa inteligencia

  3. Boa opinião, e vão aparacer mais acusações sobre ele. Creio que ele deve entregar o cargo de Pastor e não renunciar a comissão. Eu a vários anos atrás fui diagnosticado com surto psicótico por um especialista e até hoje nada foi provado e nem quero que seja.

  4. acho o pastor marcos feliciano um pastor de uma pregação ungida,com imaturidades, mas infelizmente na area de caches sua ganancia esta muinto distante dos seus mentores desdetados que ele tanto fala,e além do cache não contente com isso vinham algumas ofertas!!sempre foi um q da questão!!paz!!

    1. Bem. Ouvi muitas vezes o Marco Feliciano. Ele sabe mexer com a emoção das pessoas, e isso dá uma aparência de unção, mas não é. Quando ele tinha apenas 28 anos declarou a um parente meu que poderia largar o ministério porque estava rico… Imagine como está agora.

      1. Amados, em vez de ficar procurando algo para degrenir a imagem de b ou c, porque não oramos, a igreja que cristo levantou não foi para julgar e sim para resgatar vida.

        1. Neto: Se Feliciano vivesse nos dias dos apóstolos, por certo, Pedro, Paulo ou João o denunciariam em suas epístolas. Se ler atentamente as epístolas de Paulo verá que ele denuncia os que caíram no erro; se ler a epístola de João verá que ele denuncia um tal de Diótrefes. Portanto, não é questão de julgamento, mas de denúncia. Quanto a orar pela igreja, ah! isto sim, temos que ter urgência nisso!

  5. sou pastor,entao nao posso ser militar ja que sou pastor,entao tenho que renunciar a funçao de pastor ja que decidir ser militar tambem? por ser um pastor militar nao posso defender meu PAIS em uma guerra ?

    1. Existe uma grande diferença entre ser um militar pastor e um político pastor. O militar-pastor, na sua profissão vive sob uma cadeia de autoridade e só executa ordens trabalhando pelo bem-estar da nação.Aprende na milícia o exercício da autoridade: Submete-se e faz que outros se submetam a ele. O político-pastor é diferente: Tem que participar de negociatas, às vezes abrir mão de seus princípios por exigências de seu partido, se não é expulso da sigla. A política corrompe e, raramente um político evangélico sai ileso desse mundo de Maquiavel. Quantos políticos conheço que, por tentar viver a vida cristã e os princípios da Fé foram “mortos” pela mídia interesseira. Aqui mesmo no RS conheço dois pastores que sofreram retaliações terríveis e calúnias por parte da Rede Esgoto e tiveram que largar a política e voltar a cuidar de seu rebanho. O Marco Feliciano é elogiável por manter sua convicção cristã quanto ao aborto e ao homossexualismo, mas não se tem ideia até onde isso perdurará. É esperar para ver.

  6. Acredito isto ser apenas a ponta do iceberg, o fato que hoje as pessoas estão sendo levadas pelas emoções, não tem e não buscam descimento de Espirito. Um pregador que massageia o ego das pessoas e aplaudido, quanto um que transmite o que a Bíblia diz e desprezado. Imagino Paulo andando em nosso meio como se sentiria. Muitos se levantam pra defender um pastor falastrão, enquanto isso o Evangelho de Cristo continua sendo denegrido…

    1. Adriano: De fato, pregadores desse tipo terão que escassear para que a igreja seja preparada para a volta do Senhor. Porque pregadores re-te-té apenas brincam com as emoções. Pregadores que ministram a palavra de Deus, tocam o coração, as emoções e o intelecto e levam as pessoas a se voltarem para Deus e não para o pregador!

  7. A paz do Senhor. O cristão não da certo com a política, mais cedo ou mais tarde vai acabar se corrompendo. O pastor tem que estar pastoreando seu rebanho, atrás das almas, dando a vida por elas, se não elas começam a se dispersar. Jesus nos chamou para pregar o evangelho, política deixa para os outros.

  8. Amado pastor João de Souza, Marcos Feliciano não é produto apenas da Ass. de Deus, Marcos Feliciano é produto da Igreja brasileira, ora uma igreja que se omitiu na evangelização e abril espaços para os Valdomiros e os Macedos entre outros e eles trabalham nas lacunas que deixamos, não é de se admirar que quando chega um líder crente em uma comissão tão importante como essa seja um Feliciano, na liderança da igreja brasileira o número de Felicianos é bem maior que o de homens de intenções santas, os pastores honestos e de caráter não querem se envolver na política, um erro no meu entender, por outro lado temos um governo violentando a educação de nossas crianças com cartilhas de conteúdo pornográfico, criando leis cada vez mais injusta e a serviço da iniquidade, e o que a igreja tem feito? cadê a Luz e o sal pra essa Nação? – termino pastor dizendo que o nosso inimigo ou o inimigo da Igreja não é Feliciano, por mais incômodo que seja te-lo nos elofotes da mídia mostrando nossa vergonha, ainda assim, um irmão ganancioso, desobediente e mau formado, ainda assim será um irmão. E eu engulo a vergonha e fico com meu irmão. Pr. Joel Medeiros, Igreja de Cristo no Brasil.

    1. Concordo plenamente com você. Eu não estou descaracterizando o Feliciano totalmente; nada disso. Hoje ele deve ser elogiado pelo posicionamento enérgico e ético que tomou diante dos desmandos do PT nas comissões anteriores, inclusive com a matança de indiozinhos que as tribos rejeitam e deixam morrer, porque são gêmeos ou têm alguma deformação física. O posicionamento dele diante do aborto e do homossexualismo é elogiável e merece todo apoio. Meu artigo se refere às suas práticas anteriores à política, práticas de cobrar altas somas de dinheiro nada elogiáveis.

  9. É isso mesmo que o diabo quer, crentes calados só pregando o evangelho. Se alguém dá a cara para bater é pisoteado pelos irmão. Lembram do Garotinho? onde a Igreja vai parar?

  10. Pois eu não tenho dúvidas de que as bandeiras “aborto” e “homossexualismo” são apenas uma capa de proteção, para chamar a atenção e se esquivar da podridão em que vivem esses tais tele-pastadores.

    1. Darcio. Não sou contra o Marcos Feliciano quando ele se posiciona sobre as questões do homossexualismo e do aborto; esta é uma posição intransigente do cristianismo verdadeiro; mas, o Feliciano semeou muita coisa antes de ser deputado…

  11. Que bom que existem pessoas e pastores com a clareza de separar o político do pastor no caso do Feliciano. É fato que a PLC122, um dos principais pivôs desse circo que foi armado na política brasileira, é digna de repúdio por parte dos cristãos e de correção em muitos termos, mas existem nela termos plausíveis e de direito que um estado democrático não pode negar, por mais incômodo que isso cause. Nesses embates sem fundamento, muitos evangélicos acham que precisam defender Feliciano porque ele é “pastor” (sim, entre aspas) e com isso partem para ataques de baixíssimo calão, a ponto de cometerem pecados contra o próximo, como calúnia, difamação e até ataques físicos aos partidários de grupos LGBT, se esquecendo que batalhas como essa não são contra carne e sangue e devem ser vencidas na oração, não na força do próprio braço, sem falar que somos tão carentes da graça e misericórdia de Deus como qualquer um deles. No contexto em que hoje está inserido, Feliciano é apenas mais um POLÍTICO e o “pastor” com que ele se apresenta é mais um prenome e menos um título religioso, pois é tudo que ele não é hoje em dia. Como pastor, ele tem carisma, retórica, que atraem multidões de “ofertantes”, mas suas pregações são quase sempre vazias de doutrina e, pelo visto, tem poucos “bereanos” nas igrejas em que ele se apresenta com seu show (não culto). Como político, ele é fraco de contexto, fraco de leis e serve apenas como chamariz para desviar a atenção de outros eventos nefastos que correm em paralelo. Sei que a frase é manjada, mas Marco Feliciano não representa a mim ou a qualquer outro cristão evangélico faz tempo, e nem vai. E, como pudemos ver no texto do Pr. João, a ideia é que isso seja oficial. Parabéns pelo blog, ótimos textos, frequentarei sempre que puder.

    1. Obrigado Flávio por seus comentários, só não entendi sua colocação perguntando: “Então, oração e Palavra não são suficientes?”. Bem, não falei nada disso. Até porque creio e pratico o poder da oração e intercessão.

  12. quando uma pessoa recebe de Deus um ministério (ef 04.11) no meu entender não pode envolver com ministério dos homens. tenho observado que mordida de ovelha ranca braço de pastor,já bode a sua mordida mata. Por este motivo tem muitos ministro do Senhor morrendo. Vivemos em outra dispensação , nova aliaça. Deus disse para orar rogando ao Pai que mande mais ceifeiros e políticos (

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