O inferno de Dante e de Mary Baxter

O inferno não é pequeno. Conforme Dante Alighieri deixa transparecer na Divina Comédia o inferno é um lugar amplo e profundo preparado para poder acolher os maus.

A poesia épica de Dante Alighieri é mais conhecida como o inferno de Dante. Em seu “passeio” pelo lugar dos mortos, Dante mantém seu corpo terreno com o qual retornará ao convívio dos seus que vivem na terra. Levado pelo poeta Virgílio ao inferno percorre através de despenhadeiros, lagos de fogo, betume, trevas e nevoeiros os lugares mais profundos do inferno. De todos os cantos do inferno, onde quer que ele esteja ouve gritos e gemidos de dor, e ouve também as blasfêmias que os espíritos dos mortos falam contra Deus.

As cenas descritas por Dante são aterradoras. Ele vê como os espíritos dos mortos são atormentados, alguns em menor outros em maior escala – mas todos atormentados – dependendo do círculo onde se encontram, espíritos que, sem sossego são atormentados pelos demônios que não lhes dão trégua nem descanso. Resolvi ler o inferno de Dante porque ele retrata de forma épica (em poesias numeradas) o sofrimento que as pessoas terão por toda a eternidade no inferno, pagando por suas más obras na terra.

E tive a súbita tentação de querer substituir os nomes das pessoas que ele encontra no inferno por nomes de pessoas que fazem parte da história universal recente, especialmente de nossa história política, dos clérigos católicos, protestantes e evangélicos, porque são pessoas do governo, políticos e religiosos que ele encontra sofrendo no inferno. E me perguntei: Por que não substituir aqueles nomes pelos de nossa história brasileira? Se tivesse sido escrito no século XX certamente Dante citaria Hitler, Mussolini, Ever Hoxa e brasileiros incontáveis.

Vê-los sofrendo no inferno causava pena e tristeza a Dante. E, sempre que sentia pena dos que ali sofriam era advertido por seu guia de que não deveria sentir dor por aqueles que se encontravam no inferno pagando por seus pecados e suas más obras.

Grande parte dos que sofrem no inferno de Dante são líderes que roubaram o povo, usurários e religiosos, isto é, que não ajudam ninguém com os recursos que possuem. Dante descreve o sofrimento dos que exerceram o ministério sagrado pelo dinheiro ou pela prática da simonia – referindo-se a Simão que queria adquirir os dons do Espírito a dinheiro e Balaão que se vendeu pelo ouro de Balaque. “Abaixo de mim, sobrepostos, muitos estão que, simoníacos precederam-me no castigo”, disse um dos condenados ao poeta. (Não duvido que seria possível encontrar no inferno de Dante os que cobram exacerbadas soma em dinheiro para cantar e pregar nas nossas igrejas e nos shows gospel pelo Brasil).

Penso que todo governante deveria ler atentamente a Divina Comédia para ter idéia do que lhes espera na eternidade sem Deus sob os açoites e flagelos que os demônios impõem aos transgressores.

O inferno de Dante, certamente contrasta com o céu, pois no passado homens ricos que tiveram um encontro com Deus se desfizeram ou renunciaram às suas riquezas, doando-as aos pobres ou aparelhando obreiros para pregarem o evangelho pela Europa como ocorreu com Pedro Valdo ao redor de 1200, o Conde Von Zinzendorf na Moravia (Alemanha) e Leo Tolstoy o escritor russo. Pedro Valdo que deu origem aos valdenses doou metade de sua fortuna aos pobres e com a outra parte equipou apóstolos que percorreram a Europa pregando o evangelho, cujo grupo ficou conhecido como valdenses. Zinzendorff, luterano pietista doou suas terras aos que foram perseguidos 300 anos antes como seguidores de João Huss formando ali a comunidade dos morávios. Estes foram os maiores evangelizadores de todos os tempos. Um moraviano teria levado João Wesley ao novo nascimento. Tolstoy – e só cito estes três – morreu pobre e tido como louco pela esposa depois que leu o sermão do Monte e distribuiu suas terras na Rússia aos seus empregados e seu dinheiro aos pobres.

Dante que viveu no tempo de Pedro Valdo nem ousou colocar no fundo do inferno este que tanta gente acolheu com sua fortuna.

Muitos cristãos vivem como se o inferno não existisse. Isso mesmo! Acreditam que, desde que sejam salvos o importante é ter seu lugarzinho assegurado no céu, inda que fiquem distantes da cidade onde está o trono do Rei. Estão seguros em sua salvação e de que, pelo menos poderão viver no reino do Rei Eterno. Salvos, enfim, mesmo que não recebam nenhum galardão, apenas a salvação.

Esquecem, todavia que todos haveremos de ser julgados por nossas obras. Não entro aqui no mérito se uma pessoa perde ou não a salvação, o que pretendo afirmar é que o escritor aos hebreus fala dos fundamentos da fé que estão interrelacionados entre si. Arrependimento de obras mortas, ressurreição dos mortos e juízo eterno. Por que o arrependimento das obras mortas é importante? Porque determinará o juízo dos crentes depois da ressurreição dos mortos. Cada crente em Cristo Jesus enfrentará o tribunal de Cristo. “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5.10).

Quer dizer, nenhum de nós escapará desse tribunal. Líderes, pastores, bispos, apóstolos – quem quer que sejam – não escaparão. Todos enfrentaremos o tribunal de Cristo onde seremos julgados pelas coisas boas ou más que fizemos por meio do corpo! Não estou afirmando que não seremos salvos, mas que não receberemos o galardão que imaginamos. Quando abordo estema tema, as pessoas dizem: O Importante é que eu esteja no reino de Deus e não no inferno, nem que tenha que ficar a eternidade mirando a cidade eterna, e não me seja permitido chegar próximo do trono do Rei.

Especulação ou não, certamente Deus agirá com justiça com os que, depois de salvos praticaram obras más. Certamente haverá também no céu algum nível de conforto e bênçãos. Enquanto muitos serão apenas salvos outros – por certo milhões de pessoas que foram fieis – estarão junto ao trono do Cordeiro.

Bem, como o livro de Apocalipse não jorra luz sobre este tema, prefiro manter-me fiel aqui para que tenha pleno descanso ali.

Na realidade estou relendo o inferno de Dante (Divina Comédia) porque, depois de ler o livro de Mary Baxter “As Divinas Revelações do Inferno”, imaginei que ela leu a obra de Dante e trocou os personagens. Virgílio, em Dante foi trocado por Jesus no livro dessa autora. Mas, ainda não posso fazer tais comparações com precisão. Terei que reler o livro dessa autora novamente – o que desde já tenho como perda de tempo! E me causa enjôo.

Depois escreverei sobre esta comparação.

 

 

11 thoughts on “O inferno de Dante e de Mary Baxter

  1. Paz!Como é bom,ler seu blog.Eu ia ler o livro de Mary Baxter,sobre o inferno.Não vou perder meu tempo q é tão curto.
    Pastor,se o senhor puder me passa ,o q fala na biblia sobre a batalha espiritual.Se tiver,no seu blog,algum artigo referente tbem pode ser.
    Obrigada pela sua atenção.
    A paz do SENHOR!

    1. Nem perca tempo, minha irmã em Ler as divinas revelações do inferno. É preferivel ler a Divina comédia de Dante Alighieri que é a mesma coisa. A autora só trocou o Plínio – que estava no inferno em espírito guiando o Dante – por Jesus e mudou o cenário.

  2. A Baxter vendeu milhões de livros e aproveitou a onda para lançar outros como: A divna revelação do Céu, A divina revelação da oração entre outros que não recordo. O que não concordo, é que no inferno de Baxter (que trouxe esse lixo aos evangélicos, ao contrário de Dante), Satanás e seus anjos estão lá, e ainda por cima tranquilos sem um sofrimento se quer, pelo contrário, eles é quem são os carrascos. Misericórdia!! É terror puro, deixando os grandes mestres da ficção cinematográfica no chinelo.

    Parabéns pelo post.

    Abraço

  3. o livro a divina revelação do inferno é otimo já li ele
    e recomendo para aqueles cristãos que não estão decididos se seguem a igreja pq não suportam a tentação não conseguem vencer a tentação por tanto leiam esse livro vai ajudar na sua descisão flw

  4. eu emprestei o livro da mary baxter, e estou na metade do livro, estou achando muito assustador o que ela escreveu.
    pastor como eu queria saber se isso aconteceu realmente,pois será que JESUS viria mesmo mostrar o inferno á ela?
    é ENORME a minha curiosidade. responda POR FAVOR.

  5. PASTOR EU LI O LIVRO E ME DEIXOU IMPRESSIONADO.SERÁ QUE ELE MESMO FOI ARREBATADA,ESTA É A MINHA DUVIDA POIS QUE O INFERNO EXISTE E É REAL EU NÃO TENHO DUVIDAS.QUANTO AO SOFRIMENTO QUE ELA DESCREVE, EM ALGUMAS PASSAGENS BÍBLICAS,NOS É RELATADO O SOFRIMENTO DAQUELES QUE NÃO SERVEM A DEUS E AO SR. JESUS.MAS EU GOSTARIA DE OUVIR A SUA OPINIÃO SOBRE O LIVRO E SOBRE A SUA ARREBATAÇÃO.

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