Seis líderes carismáticos dos Estados Unidos estão sob a mira de um comitê do Senado que investiga os gastos pessoais de cada um deles. Os americanos se perguntam: É deus agindo ou é o diabo?
Dependendo da ótica de cada um o senador Charles Grassley é um agente de Deus a favor da justiça ou o próprio diabo com chifres! Algumas pessoas pensam que ele é o próprio diabo ao anunciar que começou uma investigação para saber de que maneira seis proeminentes ministros carismáticos usam o dinheiro do povo. Logo que a notícia saiu pela mídia na terça-feira, as pessoas começaram a me ligar preocupadas se não se trata de um complô para fazer com que as igrejas comecem a pagar os impostos – pois são livres de certas taxas nos Estados Unidos.
Um assessor do senador me informou que ele não esconde nenhum segredo e que não quer interferir na liberdade de religião; o que pretende, isto sim, é investigar se essas seis pessoas não estão metendo a mão no dinheiro que o povo lhes dá para obras filantrópicas com o fim de comprar mansões, fazer cirurgias plásticas caríssimas e outras práticas diversionistas.
“Faz tempo que o público cristão exige um grau maior de prestação de contas”. Em cartas enviadas Grassley solicitou a Kenneth e Glória Copeland, a David e Joyce Meyer, a Randy e Paula White, Creflo e Taffi Dollar, Eddie Long e Benny Hinn de quem dispõem de quatro semanas para devolver-lhe um calhamaço de papéis provando de que estão em dia com a Receita Federal americana.
Grassley vem sendo elogiado por levantar suspeitas contra organizações seculares de caráter filantrópico – ONGS – inclusive a Cruz Vermelha americana. Devido às reclamações de seus eleitores, o senador está abrindo sindicância contra esses seis tele-evangelistas exigindo deles notas fiscais dos bens adquiridos, relatórios das reuniões de diretorias, provas contábeis feitas por empresas de auditorias, com dados precisos, entre outros documentos.
Cada pregador recebeu uma carta exigindo comprovantes de despesas e de práticas questionáveis. Entre as exigências, Grassley requereu:
1. Recibo de compra do carro conversível Bentley que Paula White, pregador televisivo diz ter dado de presente ao pastor texano T.D. Jakes.
2. Informações da pregadora Joyce Meyer sobre os gastos com a mobília de sua mansão no Missouri que incluem uma caríssima mesa de malaqueta no valor de 30 mil dólares, uma cômoda com tampa de mármore que custou 23 mil dólares, e dois vasos Dresden que custaram 19 mil dólares.
3. Que Benny Hinn lhe envie os documentos e a prova de onde veio o dinheiro para a compra de uma casa no valor de três milhões de dólares em Dana Point, na Califórnia.
4. Recibos e registros que expliquem como Eddie Long conseguiu pagar 1.4 milhões de dólares na compra de 20 hectares na área rural de Atlanta.
5. Registros e notas de viagens ao Havaí e Ilhas Fiji que Kenneth e Glória Copeland fizeram utilizando o avião ministerial.
6. Que o pregador de fé Creflo Dollar explique sua participação no levantamento de 2 milhões de dólares doados a Kenneth Copeland.
Nós os carismáticos, de fato, sentimo-nos desajeitados neste momento. A própria Universidade Oral Roberts está sob investigação por mau uso do dinheiro, e alguns dos grandes nomes do movimento carismático são acusados de não pagar impostos e de usar o dinheiro de Deus para seu conforto pessoal.
Não quero julgar esses pregadores. Sei que Joyce Meyer envia milhares de dólares para projetos em campos missionários ao redor do mundo, e que a Receita Federal notificou-a de que sua organização está sendo condescendente com os impostos. Espero que sua resposta satisfaça as exigências do comitê do senado e não sofra interrupção.
Por outro lado não consigo entender como alguns pregadores levantam ofertas com a maior cara de pau. Por exemplo, como alguém consegue gastar 10 mil dólares numa diária de hotel, no regresso pra casa de uma viagem missionária? E dinheiro de Deus?
Algo tem de ser feito. Perguntas devem ser levantadas. Por isso não culpo o senador nem acho que esteja a serviço do diabo ao solicitar essas provas. O pior é que esta investigação foi solicitada por um senador, tudo porque o povo não está pedindo que seus líderes prestem conta do dinheiro arrecadado.
Creio que Deus está apontando seu dedo para a igreja, exigindo que andemos por suas veredas.
Nota: J. Lee Grady é editor da revista Charisma.
Fonte: www.charismanews.com