Apocalipse 4 e 5
Os crentes são muito curiosos e querem saber das profecias sobre o final dos tempos. Antes, porém, é preciso conhecer o cenário de onde partem todos os acontecimentos mundiais, e este cenário está nos capítulos 4 e 5 de Apocalipse.
I. A visão do trono de Deus.
Os capítulos 4 e 5 de Apocalipse formam o cenário que introduz os acontecimentos terríveis que virão sobre a terra, nos capítulos 6 a 20. Analisemos o texto:
A) Um cristão só consegue dimensionar o futuro se tiver uma revelação espiritual. Tal revelação vem por duas fontes: A palavra de Deus e um encontro com Deus.
1. “Depois destas coisas” (Ap 4.1.). Depois da primeira visão ainda na terra, quando João recebe a missão de escrever as sete cartas às sete igrejas, ele é convidado a subir ao céu. “sobe para aqui”. João deixa a terra e “em espírito” vai até o céu (v 2). Em Ap 1.10 a Tradução Brasileira diz: “Fui arrebatado pelo Espírito…”. Em Ap 4.2 na TB diz: “Imediatamente fui arrebatado pelo Espírito”.
“Depois destas coisas”. Alguns acham que aqui está a base para admitir que as sete cartas são sete períodos da história. Depois dos acontecimentos espirituais previstos nas sete igrejas…
2. É um arrebatamento semelhante ao que Ezequiel teve. O corpo fica na terra, e o espírito vai ao céu (Ez 8 e ss.). Outros acham que aqui está a base do arrebatamento da igreja. Que o arrebatamento se dará depois dos acontecimentos das sete cartas.
II. A descrição de João do trono de Deus.
1. “E, eis armado no céu um trono, e, no trono alguém sentado” (4.2). Observe que tem alguém ocupando o trono, o que significa que Deus está no controle de tudo. As tragédias estão acontecendo no mundo? Deus está no controle.
2. João não consegue descrever a Deus. Compara-o ao jaspe e a sardônio. O Jaspe é verde, o sardônio é de cor vermelha e a esmeralda também é verde.
3. Existem tronos e nestes outros estão assentados reinando com Deus. Os 24 anciãos podem ser figuras representativas da igreja no céu (v 4). Comentaristas creem que são representantes dos profetas do AT e dos apóstolos da Igreja (Ap 1.6; 5.10). Eles estão sentados em semicírculo, como o arco-íris.
4. As sete tochas de fogo representam os sete espíritos de Deus (v 5). Sete é o número da plenitude, da obra completa. As escrituras encobrem quais são estes sete espíritos. O mais próximo é o que está em Isaias 11.2.
5. A base do trono é “como um mar de vidro”, ou seja, é transparente. Quem está no trono enxerga tudo o que está embaixo. Não há nada oculto diante de Deus.
6. Os querubins são animais, e não bestas, como dizem certas versões. São seres superiores que guarnecem o trono de Deus. Eles protegem a Deus, isto é, as pessoas podem ser consumidas por Deus. Os querubins representam a natureza no céu. O leão, os animais selváticos, o novilho, os animais domésticos, o homem, os seres humanos e a águia todos os voláteis. Os querubins são vistos em Gn 3.24; Ex 25.18-22; Sl 80.1; Ez 10.20-21; em Ez 1.5 são chamados de seres viventes. “São os quatro ventos do céu, que saem donde estavam perante o Senhor de toda a terra” para toda a terra (Zc 6.5).
III. A visão do Jesus glorificado e comandando os acontecimentos do céu (Ap 5).
Certos comentaristas tomam a expressão “depois destas coisas” para ensinar que a igreja já estará no céu quando estas coisas acontecerem. Não existem provas disso. Tais coisas vêm acontecendo séculos após séculos.
Os acontecimentos que se seguirão a partir deste capítulo estão sob controle do Cordeiro de Deus. Jesus, o cordeiro, abre os selos, quer dizer, todos os acontecimentos do mundo estão no controle de Jesus (1 Co 15.24).
Portanto, ao abrir os selos que dão início às catástrofes, Jesus mostra que Alguém está no controle do mundo, e não é o diabo!
IV. Uma sequência de desastres inimagináveis.
A) Um livro, escrito por dentro e por fora (5.1). O fato de estar escrito também por fora, significa que são muitas as coisas que precisavam ser escritas!
Isto significa que tudo o que está escrito, foi redigido com um propósito. Os acontecimentos são todos planejados e registrados, um por um. Algumas coisas estavam escritas e João foi proibido de escrever sobre elas (Ap 10.3-4).
1. Selos (Ap 6.1-17;8.1-6). Depois do sétimo selo, trombetas (8.7 a 9.1-21). Depois da sétima trombeta, vozes (14.6-13). Depois das vozes, flagelos (15;16.1-21). Cada selo aberto traz uma catástrofe.
1.1. Primeiro selo. Um cavalo branco que sai para vencer. Não é Jesus. Pode ser o anticristo. Alguns acham que é o evangelho sendo pregado, mas nada indica que seja isto, porque se tratam de selos que abrem catástrofes. O cavalo branco pode ser o reino falso de paz que o anticristo proporá ao mundo. Ele sai para vencer.
2.2. Cavalo vermelho. Guerras.
2.3. Cavalo preto. Fome.
2.4. Cavalo amarelo. Morte.
2.5. As almas dos que foram mortos na tribulação (6.9-11).
2.6. Terremotos (6.12-17).
2.7. Meia hora de silêncio e o aparecimento das sete trombetas (8.1-8).
3. Trombetas.
3.1. A primeira trombeta mostra as orações dos santos sendo respondidas em forma de catástrofes.
3.2. A segunda trombeta mostra um Tsunami.
3.3. A terceira trombeta mostra a contaminação das fontes de águas.
3.4. A quarta trombeta mostra o escurecimento do sol.
3.5. A quinta trombeta mostra os demônios sendo soltos do abismo.
3.6. A sexta trombeta libera os quatro anjos que estão presos no Eufrates.
3.6.1. Entre a sexta e a sétima trombeta um anjo brada em alta voz e ouvem-se sete trovões, mas João foi proibido de escrever o que viu acontecer (10.1-11). Apocalipse, neste caso, continua com seu mistério.
3.7. A sétima trombeta (11.15-19). Jesus passa a dominar sobre os reinos do mundo.
4. Vozes.
4.1. A primeira voz (14.6-7). Conclamação a adoração a Deus.
4.2. Segunda voz (14.8). A notícia da queda de Babilônia.
4.3. Terceira voz (14.9-12). Alerta! Não se deixem levar pela Besta.
4.4. Quarta voz (14.13). Proclamação de que os que morreram na tribulação estão bem!
5. Flagelos (16.1-21).
5.1. O primeiro flagelo. Castigo sobre os seguidores da besta (16.1-2).
5.2. Segundo flagelo. A morte dos mares (16.3).
5.3. Terceiro flagelo. A contaminação dos rios e mares.
5.4. Quarto flagelo. A explosão do sol (16.8-9).
5.5. Trevas sobre o governo da besta (16.10-11).
5.6. A invasão dos povos do oriente sobre a terra de Israel (16.12-16). Milagres e prodígios.
5.7. A destruição de Roma (16.17-21).
Todas essas catástrofes vêm ocorrendo no curso da história e ocorrerão no futuro. Alguns comentaristas acreditam que todas as essas coisas ocorrerão em três anos e meio; outros acreditam que são acontecimentos que se dão ao longo de 1.360 anos. Depende de como se interpretam o sentido de dias.
Conclusão: Não devemos ficar criando interpretações em torno disso ou daquilo. Nem tão pouco fazer previsões. Os profetas costumam se confundir quando fazem previsões sobre esses acontecimentos. A centralidade aqui não são os desastres, mas a Pessoa e o governo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A igreja deve saber que alguém está sentado no trono. Tudo está sob controle!
Olá! Pr. João, Graça e Paz…
Parabéns, mais uma excelente postagem,tenho aprendido muito com o senhor; que Deus continue iluminando sua mente e seu coração, para nos abençoar com este maravilhoso trabalho.
Deus abençoe sua vida, família e seu ministério, em nome de Jesus…