Fiquei muito triste ao saber que outro grande terremoto atingiu a cidade de Christchurch na Nova Zelândia. Fazem dois meses que lá estivemos, e temos tantos amigos na cidade. O primeiro terremoto (em dezembro) na cidade não resultou em estragos nem em mortes, mas este foi devastador.
Preciso lhes contar sobre o tempo em que estive visitando a cidade e de como fiquei chateado ao deixar o país. Sou muito sensível com as pessoas que perderam tudo com este novo terremoto.
Alguns de vocês sabem que meu objetivo ao visitar a cidade de Christchurch depois do primeiro terremoto era o de organizar uma grande celebração de adoração para agradecer e glorificar a Deus porque ninguém havia morrido no terremoto de 7.1 na escala Richter. Notei que ninguém tinha pensado num evento assim, e, por haver milhares de evangélicos na cidade senti que seria importante reunir o povo para glorificar a Deus e agradecer porque ninguém havia morrido. As pessoas estavam traumatizadas com o terremoto e senti que um evento de adoração seria importante para os evangélicos. Mas, não encontrei apoio entre os evangélicos, e esta é a nota triste.
Eu já havia organizado grandes eventos anteriormente, por isso o pessoal da Rede Cristã de Rádios já me conhecia, e logo se dispuseram a promover o encontro gratuitamente. Consegui um ótimo sistema de som por um preço especial. A câmara de vereadores foi de grande ajuda e nos apoiou. Tudo ia bem, até que cruzamos com os líderes evangélicos da cidade, com os pastores das igrejas.
Um dos principais pastores pentecostais da cidade me disse que não apoiava o evento. Falei pessoalmente com o Deão da Catedral de Christchurch que me proibiu de usar a praça em frente a sua igreja no evento que reuniria todo o corpo de Cristo (Hoje a catedral está em ruínas. Sobreviveu ao primeiro terremoto, mas não a este segundo terremoto).
Entrei em contato com vários pastores da liderança evangélica da cidade, e lhes disse que eu tinha o apoio da rede de emissoras cristãs e de que a câmara de vereadores estava apoiando o evento. Nenhuma reação. As bandas das igrejas sequer se interessaram.
Os pastores não retornavam aos chamados telefônicos (você poderia imaginar que estavam todos ocupados depois do terremoto, mas, lembre-se, ninguém se feriu e as coisas iam bem algumas semanas depois). Não entendi a reação negativa da igreja. Os evangélicos da cidade de Christchurch não reconheciam que Deus os livrara de morte durante o terremoto e não se interessaram em agradecer a Deus com toda a igreja. A mídia local dizia que tinha sido um “milagre” um terremoto assim sem nenhum ferido. As pessoas estavam com medo. Mas, será que Deus não merece ser agradecido e louvado por seu povo que não foi ferido?
Assim, a mídia secular – não os pastores – decidiu apoiar. Várias bandas de qualidade da Nova Zelândia foram a Christchurch para realizar uma apresentação gratuita a favor do povo que estava amedrontado. As emissoras de rádio anunciaram e, cerca de vinte mil pessoas se reuniram. Claro, vieram para um evento secular e não dos evangélicos. Os pentecostais e os evangélicos da cidade não moveram uma palha para reunir os cristãos em adoração.
Lamentei que não pude seguir adiante sem o apoio da igreja. Fizemos algumas apresentações para as pessoas que vivem nas ruas, desabrigadas, e levamos cestas básicas para os pobres da cidade, mas, alguma coisa me deixava inquieto. Falei aos meus amigos que era perigoso não honrar a Deus por tão grande livramento da cidade. Fiquei triste com o estado espiritual da igreja.
No dia 17 de dezembro eu e minha família deixamos a cidade de Christchurch. No dia 28 de dezembro voamos para a Austrália. Acho que vamos demorar a voltar para aquela cidade.
Sinto grande pesar pelos habitantes da cidade de Christchurch –e pelo mundo que é tão mal servido pela igreja nesses dias. Esta foi uma oportunidade perdida, como nunca testemunhei antes. E Christchurch é uma das cidades mais lindas que conheço. Aquelas pessoas são tão queridas! Que Deus os abençoe nesse tempo de tragédia.
Com muita tristeza,
Andrew Strom
————————————————-
Tradução de João A. de Souza filho
Extraído de http://www.johnthebaptisttv.com/
Nota do tradutor: Quando Deus envia o alerta através de seus profetas é melhor obedecer!
Deus sempre dá uma oportunidade para seu povo, antes de castigá-lo por sua ingratidão.
Ao ler este texto, dá uma mistura de alegria e tristeza.
Alegria por ver o livramento do Senhor e tristeza porque o povo não reconheceu isso.
Temos visto, experimentado da fidelidade de Deus em nossas vidas, mas quanto temos expressado da nossa gratidão por tudo que Ele tem feito.
Que nós, EU, você, igreja brasileira não sejamos encontrados negligentes em adorá-lo e levar uma vida de adorador.
Em Cristo, grande abraço Gustavo