Estou preocupado, uma vez mais, com a igreja brasileira. Os que não conhecem minhas reflexões sobre a igreja devem acessar meu site e ler a análise que escrevi sobre a igreja brasileira nos últimos quarenta anos.
Dessa vez minha preocupação não gira em torno da exploração perpetrada pelos prostitutos cultuais, por pregadores que deturpam a palavra de Deus e pela ganância financeira que toma conta de muitos ministérios. Nada disso, porque sei, pela repercussão do meu artigo sobre os prostitutos cultuais, que existe uma grande e visível parcela da igreja que é séria em seu proceder e cujos líderes andam no temor do Senhor.
O que me preocupa é que os líderes brasileiros estão tão ocupados em realizar a obra de Deus – e isto é uma bênção – que não têm tempo para ouvir os rumores do mundo espiritual. Semeiam e colhem fartamente, mas não estão atentos ao mundo espiritual. E esses rumores são perturbadores. Perdoem-me os leitores, mas são rumores bem fortes de uma guerra que está sendo travada nas regiões celestiais entre os exércitos de Deus e os de Satanás. Sinto que procedem dos dois exércitos.
Lembram-se do alarido que Moisés e Josué ouviram quando Arão fez o bezerro de ouro e o povo se pôs a dançar e a se alegrar? Josué interpretou o ruído que ouvia como alarido de guerra, Moisés como de festas e danças. Para Josué o povo gritava contra seus inimigos, para Moisés o povo se divertia sem se preocupar com o inimigo. Juntos ouviram coisas diferentes. O problema nos dias de hoje é que existe muito ruído na terra, mas não de guerra contra Satanás, mas de festas diante do bezerro de ouro. Quando os dois chegaram ao arraial se depararam com um culto animado cheio de danças e música – mas era o culto a um bezerro! O que indica que o diabo anda feliz com os cultos de algumas igrejas e se sente bem no meio do povo de Deus.
Às vezes os profetas bíblicos conseguiam discernir claramente o ruído que ouviam, como Elias que tinha certeza de ouvir ruído de abundante chuva, quando apenas uma pequenina nuvem surgiu no horizonte. Ele e o moço estavam no monte, mas apenas Elias ouvia o barulho de chuva.
Eliseu estava na cidade de Dotã com seu moço, mas apenas ele ouvia o ruído do exército de Deus, cercando o exército dos assírios ao redor de Dotã. O moço só percebeu o que acontecia quando Eliseu pediu a Deus: “Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja”.
Habacuque sabia que o movimento no mundo espiritual era Deus vindo de Temã e o exército do Todo-Poderoso de Parã.
E Deus quer que identifiquemos o ruído que vem do mundo espiritual. Temos de ter ouvidos para ouvir o ruído dos demônios se agitando no abismo que logo será aberto, como em Apocalipse 9. E ouvidos para perceber os céus se movimentando em defesa da Igreja e dos que têm o Nome de Cristo sobre eles.
Em certas situações Deus se antecipa aos ataques do Maligno e intervém diretamente, como no caso em que Balaque queria amaldiçoar o povo e convocou um profeta para fazê-lo. Felizmente Deus tornou a maldição em bênção. O povo sequer ficou sabendo da trama espiritual urdida contra ele. Deus interferiu diretamente. Ou no caso do descendente de Agague, um amalequita, que apareceu na Babilônia nos dias de Assuero com o diabólico plano de exterminar todo o povo de Deus de toda a face da terra. Os ouvidos espirituais atentos do tio da rainha Ester perceberam a ira de Satanás, e através de poucos que oraram e jejuaram Deus trouxe o livramento.
Ouça o ruído do mundo espiritual. Apure seus ouvidos. Algo está ocorrendo que afetará a igreja brasileira nos próximos anos. É ruído de grande exército de demônios, como gafanhotos que se lançam para devorar, eles vêm. É ruído das milícias celestiais que surgem para salvar e libertar. E eles vêm.
Senhor! Abre os olhos dos pastores para que vejam! “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
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