Caminhando por uma rua de uma cidadezinha do Rio Grande do Sul deparei-me com uma placa em forma de seta que dizia: Milagres. Logo ali! Por ser um cruzamento a seta apontava para outra rua.
Detive-me diante da placa e olhei mais uma vez, porque não acreditei no que estava vendo. Fiquei muito triste e impactada. Pensei: Meu Deus! Que tristeza! A que ponto chegamos de anunciar tuas misericórdias com o ser humano, como sendo uma mercadoria qualquer.
Isso faz vários anos. Mas era apenas o começo para ver o que podem fazer os mercadores da fé. Porque hoje, além de placas, anúncios na televisão e outros meios de comunicação, os milagres são oferecidos como um copo de água, uma garrafinha de água, rosa ungida, palmilha ungida e outros objetos com promessas de bênçãos. Tudo isto é oferecido mediante uma generosa oferta!
Tais ofertas apenas ludibriam a fé dos que estão sofrendo, sendo enganados por este misticismo que contaminou a essência do evangelho.
Gosto de testificar, sempre que dou testemunho nas viagens de que sou um “milagre ambulante”. Deus realizou em minha vida muitos milagres, sou, portanto, testemunha do grande amor e da misericórdia de Deus com o ser humano.
Quero relatar aqui como recebi dois milagres de Deus. Aos 35 anos de idade descobri que tinha um problema cardíaco congênito, “sopro na válvula mitral”. Sofri durante vários anos sem que os médicos descobrissem o problema, diagnosticando que eu estava estressada, devido aos intensos trabalhos que eu tinha na igreja ao lado de meu esposo que é pastor.
Com quarenta anos de idade houve um agravamento da enfermidade, levando-me a ter crises contínuas que me deixavam semanas inteiras na cama. Certa ocasião tive que me internar no hospital, passando muito mal, com a pressão arterial 5×3. Não conseguia mais atender o trabalho da igreja, nem os muitos hóspedes que vinham pra nossa casa, nem aos filhos e menos ainda meu marido.
Para dificultar meu quadro de saúde comecei a sentir fortes dores de cabeça, e a suspeita era de o tumor que eu havia operado nove anos antes tivesse voltado. Essas coisas me faziam sentir uma condenada, com dois problemas, o cardíaco e as dores fortes de cabeça. Era um sofrimento diário.
Durante quinze dias lutei contra as fortes dores, e um traumatologista me tratou como se fosse problema de coluna. Assim, lá em casa, ora vinha o traumatologista, ora o cardiologista. Diagnóstico: não são dores da coluna, mas problemas que precisam ser tratados por um neurologista. O tumor pode ter voltado. Os dois médicos e meu marido queriam que eu me internasse no hospital, mas havia um sentimento em meu interior de que seu fosse para o hospital, não retornaria pra casa. Meu marido ficou ao meu lado jejuando e orando por três dias. Passei mal a noite e as sete da manhã, sentindo-me desesperada, pedi ao meu esposo que chamasse os pastores da igreja, e às 7.30 estavam todos em nossa casa. Um dos pastores leu Tiago 5.14-16, e me perguntou: A irmã tem alguma mágoa ou ressentimento contra alguém. Respondia que tinha, mas que havia perdoado. Eles impuseram as mãos sobre minha cabeça, ungiram-me com óleo, e oraram por mim.
Fiquei de olhos fechados, enquanto eles oravam, chorando e clamando pela misericórdia de Deus, quando tive uma visão. Eu me encontrava subindo uma montanha íngreme, cheia de pedras, como um paredão, e, me agarrava com força e agonia nas pedras. Olhei, e debaixo de mim havia um grande precipício e eu fazia um grande esforço para subir, quando uma grande mão tomou o meu corpo e me impulsionou para o cume do monte. Tal qual um alpinista quando atinge o pico da montanha, senti uma felicidade e alegria. Olhei para o infinito, vi a planície que se fundia com o horizonte. Que paisagem linda!
Os pastores terminaram a oração, se despediram e eu adormeci. Depois de várias noites chorando, com dores e sem dormir, consegui finalmente adormecer. Acordei as 10.30 da manhã com fome. Pedi uma canja ao meu esposo, pois fazia quinze dias que nada parava em meu estômago. Fui instantaneamente curada pelo poder de Deus!
Depois de receber este milagre comecei a buscar o Senhor para a cura do problema cardíaco. Um dia Deus me deu uma palavra de que iria me curar. Por minha conta e risco deixei de tomar os remédios. Dobrava os joelhos todos os dias e louvava a Deus pela cura que ia receber. Dizia: Deus, nada tenho pra te oferecer. Bens, dinheiro, mas te ofereço minha vida no altar, uma vez mais para te servir.
Certo dia, comecei a me sentir mal durante a noite, e durante o dia não conseguia sequer ficar em pé. Acostei-me cedo. As 2.30 da madrugada tive que me sentar na cama, sentindo-me muito mal, e acordei meu esposo que dormia tranqüilo ao meu lado. Meu bem, acorda! Estou passando mal. Ora por mim. Sonolento, sentou-se ao meu lado, impôs as mãos sobre minha cabeça e orou: Senhor, honra a fé da Vanda que não tem tomado remédios porque crê que tu vais curá-la. Honra a sua fé, eu te peço. E cura tua filha. Amém. E se virou pro lado e pegou no sono de novo.
Fiquei ali sentada na cama sem poder me deitar, e, sem perceber adormeci. Acordei de manhã deitada normalmente, sentindo-me tão bem que esqueci o problema. Continuei sem tomar os medicamentos por 45 dias, e então pedi a Deus um sinal de que estava curada. Sonhei que falava com meu médico, um discípulo de Cristo, contando-lhe o que me acontecera. No sonho ele me disse: Pode dar seu testemunho, porque a irmã está curada. No dia seguinte ao sonho me encontrei com o médico no culto da igreja. Contei-lhe o que me havia acontecido e de como não tomava remédios havia mais de quarenta e cinco dias. Que não sentia mais nada, e que levava uma vida normal. Ele me abraçou alegre, e me disse: você não poderia ficar sequer um dia sem os medicamentos, quanto mais quarenta e cinco dias! Deus fez um milagre! Pode testemunhar que você está curada.
Hoje com 60 anos fiz todos os exames cardiológicos e não tenho sequer problemas de pressão arterial. Meus exames estão ótimos. Já fiz outros exames cardiológicos como os esforço na esteira e está tudo bem comigo. Um milagre, sem precisar de copos de água benzidos, nem água orada, nem de óleos especiais, nem de rosa ungida, apenas pela autoridade do Nome de Jesus Cristo!